O Arcebispo de Tucumán (Argentina), Dom Carlos Sánchez, fez um chamado à sociedade a se comprometer a proteger a vida, isso no contexto do caso de uma menor de 11 anos à quem foi feita uma cesárea para lhe retirar a bebê que gestava, após estupro.

A menina ingressou no dia 31 de janeiro no Hospital del Este Eva Perón, devido a algumas lesões atribuídas à atitudes suicidas. Foi quando se detectou a gravidez provocada pelo estupro por parte do parceiro de sua avó, de 65 anos.

A juíza de Família da 5ª Nomeação, Valeria Brand, autorizou o aborto não punível por estupro. Assim, no dia 27 de fevereiro, foi realizada a cesárea e nasceu uma bebê de 23 semanas.

O Arcebispo de Tucumán incentivou a “tomar consciência disso” e a cuidar da vida “de cada criança, de cada adolescente, de cada idoso, de cada doente”. Todos os dias “proteger, cuidar, servir, a toda vida humana, porque toda vida vale”, afirmou.

Dom Sánchez recordou que, “para nós, os crentes, é muito importante convocar-nos à oração, mas também que essa oração se converta em um compromisso real de proteger toda vida humana e defender toda vida humana com paixão, com coragem e com muita generosidade e entrega”.

“Que Deus os abençoe e que possamos nos unir na oração, para sempre sermos protetores da vida”, concluiu Dom Sánchez.

Enquanto isso, ao meio-dia de 27 de janeiro, dezenas de pessoas se reuniram na Praça de Independência, em Tucumán, para manifestar seu rechaço ao modo como procederam no caso da menor e exigir respostas reais ao abuso infantil.

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Por sua parte, a associação ‘Médicos pela Vida Tucumán’ repudiou “enérgica e absolutamente” que se tenha realizado a cesárea na menor e manifestou seu apoio “a todos os funcionários de saúde que se negaram rotundamente e com fundamento científico e legal” ao procedimento, devido ao grave risco de saúde que implica.

“Agradecemos o cuidado e acompanhamento silencioso que fizeram desde que se detectou a gravidez. Lamentamos que setores de interesses obscuros tenham violentado a discrição que a equipe solicitou reiteradas vezes – e a partir de um princípio – para a melhor atenção e proteção da menina”, asseguraram.

Por sua vez, o associação exigiu que os responsáveis deem explicações da “decisão aberrante” que foi tomada, apesar da opinião contrária dos médicos especialistas.

Por último, solicitaram que sejam implementadas medidas públicas para evitar “a repetição deste modo de agir criminoso” e pediram ao Estado que adote medidas para evitar o abuso sexual infantil.

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