MANÁGUA, 28 de fev de 2019 às 10:30
Os bispos da Nicarágua pediram aos fiéis que rezem pelo diálogo iniciado na quarta-feira, 27 de fevereiro, entre o governo de Daniel Ortega e a opositora Aliança Cívica pela Justiça e a Democracia.
Em uma mensagem divulgada nas redes sociais, o Arcebispo de Manágua, Cardeal Leopoldo Brenes, convidou os fiéis a rezar “para que possamos colocar um sincero esforço para trabalhar autenticamente pelo bem comum, recusando todo desejo egoísta e interesses sectários, na busca de novos horizontes para a Nicarágua”.
Estes horizontes, indicou, devem estar fundados “no respeito aos direitos humanos, promovendo uma cultura do diálogo e de entendimento. Maria, Mãe da Igreja, rogai por nós”.
Em sua conta de Facebook, a Conferência Episcopal da Nicarágua se uniu a esta intenção do Cardeal Brenes “na campanha ‘Juntos Oremos’”. Além disso, pediu à Nossa Senhora da Imaculada Conceição que interceda pelo país.
Do mesmo modo, o Bispo Auxiliar de Manágua, Dom Silvio Báez, assegurou sua oração “pela Nicarágua ao iniciar hoje (ontem) as negociações”.
Mi oración por Nicaragua al iniciar hoy negociaciones. Que se renuncie a intereses personales e ideológicos y no se anteponga nunca lo económico a los derechos humanos. Que todo sea transparente, con todos los presos políticos liberados y con las libertades públicas restituidas.
— Silvio José Báez (@silviojbaez) 27 de fevereiro de 2019
“Que se renuncie aos interesses pessoais e ideológicos e não se anteponha nunca o econômico aos direitos humanos. Que tudo seja transparente, com todos os presos políticos libertados e com as liberdades públicas restituídas”, expressou em sua conta de Twitter.
Participaram como testemunhas no início do diálogo o Cardeal Brenes e o Núncio Apostólico na Nicarágua, Dom Waldemar Stanislaw Sommertag.
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Entretanto, o jornal ‘La Prensa de Nicaragua’ informou que o governo vetou a participação do Bispo de Matagalpa, Dom Rolando Álvarez, na mesa do diálogo. A oposição exige que o Prelado possa estar presente.
A aproximação da quarta-feira ocorreu depois de quase oito meses da primeira tentativa de diálogo. Porém, para que a reunião de ontem pudesse acontecer, a oposição exigiu ao regime que libertasse os presos políticos e manifestantes detidos durante os protestos que começaram em abril de 2018.
Segundo a oposição, os detidos são mais de 700. Entretanto, o número dos que foram soltos na quarta-feira e que passariam a ter prisão domiciliar não seriam mais do que cem. O governo não informou se nos próximos dias mais pessoas deixariam a prisão.
Além da libertação dos manifestantes, a Aliança Cívica pela Justiça e a Democracia também pediu “o restabelecimento das liberdades, direitos e garantias estabelecidos pela Constituição Política” e “reformas eleitorais que garantam eleições justas, livres e transparentes”.
Em suas redes sociais, indicou que, “neste primeiro encontro, estamos definindo o roteiro para assegurar um processo transparente, efetivo e concreto”.
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— ACI Digital (@acidigital) 15 de fevereiro de 2019