CÓRDOBA, 4 de mar de 2019 às 05:00
Dom Demetrio Fernandez, Bispo de Córdoba (Espanha), explicou em sua carta semanal o significado da Quaresma que começa com a Quarta-feira de Cinzas e é um "tempo litúrgico que nos prepara para a grande festa da Páscoa"; ele propõe "oração, jejum e esmola" para "sair renovados com este tempo de salvação".
Embora possa parecer "chocante passar do Carnaval às cinzas tão bruscamente", o Prelado explicou que "os carnavais surgiram como um protesto contra a penitência que a Igreja nos convida a fazer para preparar o nosso corpo e nossa alma à morte e ressurreição do Senhor".
Por isso, indica, "o carnaval se tornou assim um fato cultural, que não tem nada a ver com religião, é o contrário dela".
Dom Fernández explica que a data central do calendário litúrgico é a Páscoa do Senhor, na qual "celebramos solenemente, todos os anos, este acontecimento central da vida de Cristo: sua paixão, morte e ressurreição".
Algo que também "trazemos à memória em cada celebração da Eucaristia e celebramos solenemente uma vez por ano".
Para se preparar para o tempo pascoal, Dom Fernández recordou que a Igreja dá "umas pautas para quem quer fazer o caminho quaresmal como mini-catecumenato que nos conduz à renovação do batismo na Vigília Pascal".
Entre essas pautas está "a oração mais abundante, mais bem feita. Em suma, voltar para Deus através da conversão da vida e receber dele as luzes que motivam nosso caminho de vida”.
Neste sentido, o Bispo de Córdoba assegura que "a oração é como a respiração da alma. Se não há oração, não há vida de relacionamento com Deus"; e por essa razão "a Igreja, como boa mãe, nos lembra e insiste que voltemos a Deus, intensifiquemos nosso relacionamento com Ele, revisemos nossa oração".
Propõe também na oração "a leitura da Palavra de Deus, uma participação mais assídua nos sacramentos da penitência e da eucaristia", bem como a "oração do terço como oração contemplativa desde o coração de Maria, que contempla os mistérios da vida de Cristo".
"A Quaresma é um chamado ao deserto para ouvir a declaração de amor de Deus e partir para o caminho do combate e da penitência", assegura o Bispo.
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"Nesse caminho penitencial, outra pauta é o jejum. O jejum é se privar de algo para ser mais ágil no trato com Deus e no serviço ao próximo. Há muitas coisas que vão se acumulando e nos impedem de seguir o caminho mais leve", destaca o Prelado.
Por isso, incentiva ao "jejum de comida para compartilhar com aqueles que não têm nem mesmo o essencial. Jejum de comodidades, para não se deixar levar pela preguiça e acídia. Jejum de descanso e diversões para que o espírito não relaxe".
Ainda que o jejum "esteja na moda para outros fins não religiosos, como esportes ou saúde", o Bispo de Córdoba explica que "a Igreja nos manda jejuar, com um pequeno símbolo de não comer, mas com a intenção de nos convidar à privação de tantas coisas que nos estorvam. Coisas que são boas e legítimas, mas que tornam a corrida pesada".
Ou seja, caminhar "com a bagagem leve para percorrer o caminho do amor a Deus e ao próximo".
Como terceiro elemento desta pauta de vida para a Quaresma, a Igreja propõe a esmola, isto é, "generosidade com os outros. Se nos voltamos verdadeiramente para Deus e nos privamos daquilo que nos estorva, é para abrir nossos corações (e nossos bolsos) para os outros em tantas formas de serviço".
"A Quaresma é um tempo para chegar àqueles que mais necessitam", tempo "para compartilhar com os pobres nosso tempo, as nossas qualidades, nosso dinheiro" e "prolongar a misericórdia de Deus, que é bom com todos, especialmente com seus filhos mais fracos".
"Oração, jejum, esmola. É o tripé da Quaresma. Entremos de cabeça desde o começo, Deus nos surpreenderá com sua graça e poderemos sair renovados com este tempo de salvação", assegurou.
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Papa Francisco sugere este itinerário para a conversão durante a Quaresma https://t.co/u71Dhdpxo9
— ACI Digital (@acidigital) 26 de fevereiro de 2019