Por ocasião do terceiro domingo da Quaresma, o Santo Padre refletiu sobre a importância de termos confiança na misericórdia divina, sem abusar da paciência que Deus nos tem e explicou o Evangelho deste domingo que traz a figura da figueira infrutífera, ressaltando que não devemos desaproveitar as ocasiões que Deus nos oferece para converter-nos.

“A possibilidade da conversão não é ilimitada; por isso é preciso aproveitar logo; do contrário ela se perderia para sempre. Podemos confiar muito na misericórdia de Deus, mas sem abusar dela. No devemos justificar a preguiça espiritual, mas aumentar nosso esforço a corresponder prontamente a essa misericórdia com coração sincero”, disse o Pontífice.

“Um homem tinha uma figueira plantada em sua vinha. Veio a ela procurar frutos, mas não encontrou. Então disse ao vinhateiro: ‘Há três anos que venho buscar frutos nesta figueira e não encontro. Corta-a; por que há de tornar a terra infrutífera? Ele, porém, respondeu: ‘Senhor, deixa-a ainda este ano para que eu cave ao redor e coloque adubo. Depois, talvez, dê frutos… Caso contrário, tu a cortarás’”.

“Jesus intercede ao Pai em favor da humanidade e pede que espere e Lhe dê mais tempo, para que nela possam germinar os frutos do amor e da justiça”, acrescentou o Papa, explicando ainda que a metáfora da figueira estéril “é imagem de quem vive para si mesmo, saciado e tranquilo, aconchegado em suas comodidades, incapaz de voltar o olhar e o coração para aqueles estão a seu lado e se encontram em condições de sofrimento, de pobreza, de dificuldade.”

O Papa compara o amor do vinhateiro pela figueira ao amor de Deus, que nos oferece um tempo para a conversão.

“Deus tem paciência e nos oferece a possibilidade de mudar e de progredir no caminho do bem. Mas o prazo implorado e concedido à espera que a árvore finalmente frutifique, indica também a urgência da conversão”, acrescentou.

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“Na Quaresma, o Senhor nos convida à conversão. (...) Cada um de nós deve sentir-se interpelado por esse chamado, corrigindo algo em nossa vida, no modo de pensar, de agir e de viver as relações com o próximo. Ao mesmo tempo, devemos imitar a paciência de Deus que confia na capacidade de todos de poder ‘levantar-se’ e retomar o caminho. Ele não apaga a chama fraca, mas acompanha e cuida de quem é frágil a fim de que se robusteça e dê sua contribuição de amor à comunidade.”

Ao final de sua alocução o Papa lembrou a grave situação da Nicarágua, marcada por dias de conflitos entre forças do governo e a população e pediu orações para o país centro-americano: “Desde o dia 27 de fevereiro estão em curso na Nicarágua colóquios importantes para resolver a grave crise sócio-política vivida no país. Acompanho com a oração a iniciativa e encorajo as partes a encontrar o quanto antes uma solução pacífica para o bem de todos.”

“Desejo a todos um bom domingo! Por favor, não esqueçam de orar por mim. Bom almoço e até breve!”, concluiu.

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