MADRI, 26 de mar de 2019 às 16:30
Mariana e José Luis são os pais de Mariana e Jaime, de dois anos e oito meses de idade, respectivamente, ambos com síndrome de Down; no entanto, seus pais dizem que são tremendamente felizes e que a vida é "vencer-se diante daquilo que achamos que é uma adversidade e ser felizes nisso. E essas crianças são felizes e também são a alegria da nossa vida".
Mariana e José Luis se casaram há cinco anos com o sonho de formar uma família. Três anos depois, nasceu sua primeira filha que recebeu o nome da mãe, Mariana. Apenas algumas horas após o nascimento, a pediatra lhes comunicou que a menina tinha síndrome de Down.
José Luis, seu pai, explica com clareza este momento: "Se ter um filho causa vertigem a qualquer pai de primeira viagem, o choque é ainda maior se te dizem que tem síndrome de Down", assegurou ao Grupo ACI.
A pediatra explicou que a recém-nascida deveria ficar internada alguns dias já que a síndrome de Down pode ter algumas doenças relacionadas. "Por isso, eu só queria que minha filha estivesse saudável e poder levá-la para casa. A síndrome de Down ficou em segundo plano", lembra José Luis.
"O medo é inegável, mas é muito importante saber a quem acudir e deixar-se aconselhar por especialistas, fundações e famílias que passaram por isso e que são os únicos que vão dar apoio nesses primeiros momentos", destacou Mariana em uma entrevista ao Grupo ACI.
Nesse sentido, José Luis disse que por isso ligou para a Fundação Down de Madri, Espanha. "Isso nos confortou muito, nos ajudaram e acolheram e pudemos ver outras pessoas que dizem estar contentes e que a vida continua e que nosso filho poderia ser feliz e nós também. E, realmente é assim”, destacou.
Nesse sentido, Mariana assegurou que "não podemos esquecer que a pessoa que temos nos braços é a nossa filha, a quem esperamos por nove meses e que amamos desde o momento da concepção. Ainda que haja medo, não se pode esquecer que ela nasceu e vai dar muitíssima felicidade”.
Os dois explicam que sempre quiseram ter uma família grande e, por isso, quando sua primeira filha tinha um ano, Mariana engravidou novamente "com toda alegria do mundo".
Durante essa segunda gravidez, como sua primeira filha tinha síndrome de Down, todos os médicos aconselharam Mariana a fazer "20 mil exames diagnósticos para saber se teria ou não síndrome de Down, como Jaime não tinha nenhum indício de padecê-la, descartamos os exames já que achamos que não tinha a necessidade de fazê-los. Tínhamos claro que íamos acolher nosso filho do jeito que fosse, com toda a alegria”.
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Em 9 de julho de 2018, Jaime nasceu e, como lembra Mariana, "quando o peguei, soube que também tinha síndrome de Down".
Então, o medo que sentiram com a primeira filha não se repetiu com Jaime, pois sabiam o que era a síndrome de Down, “não tínhamos tanta ignorância, não estava tão preocupada sobre como seria a sua vida e a nossa, mas não deixava de ser um novo desafio e, ao final, a vida são desafios e vencer-se diante daquilo que achamos que é uma adversidade e ser felizes nisso. E essas crianças são felizes e também são a alegria da nossa vida”.
Mariana e José Luis deram seu testemunho na manifestação “Sí a la vida” (Sim à vida) que aconteceu no domingo, 24 de março, em Madri. Em entrevista ao Grupo ACI, incentivaram aqueles que poderiam estar em situação semelhante a "se informarem, porque é a coisa mais importante".
"Vocês precisam saber que seus filhos podem ser pessoas que tenham uma vida normal e que conseguirão isso com ajuda e com vontade. Também serão felizes, porque estas crianças são realmente felizes e dão muita felicidade àqueles que estão ao seu redor”.
Os dois destacaram que foram capazes de enfrentar este “desafio da vida” graças à forte união que experimentam em seu casamento e que não poderiam enfrentá-lo sozinhos.
Confira também:
Pai recorda nascimento de filha com Síndrome de Down em um texto emocionante https://t.co/pBiYsAxodS
— ACI Digital (@acidigital) 24 de março de 2019