Vaticano, 10 de mai de 2019 às 12:30
O Papa Francisco recebeu na última quinta-feira, no Vaticano, um grupo de 500 ciganos (rom e sinti), aos quais disse que “os cidadãos de segunda classe” são aqueles que descartam as pessoas.
A Sala de Imprensa do Vaticano informou que, durante o encontro, vários representantes de rom e sinti falaram diante do Santo Padre sobre suas experiências de vida e rezaram juntos.
Em seu discurso, Francisco destacou que “é verdade, existem cidadãos de segunda classe. Mas os verdadeiros cidadãos de segunda classe são aqueles que descartam as pessoas: estes são de segunda, porque não sabem abraçar. Sempre com o adjetivo excluem os outros, descartam e vivem descartando, vivem com a vassoura na mão jogando os outros, ou fofocando, ou fazendo outras coisas”.
Ao contrário, destacou, “a verdadeira estrada é a fraternidade: ‘Venha, depois falamos, mas venha, a porta está aberta’. E todos nós temos que colaborar”.
“Algo que me deixa chateado – continuou o Pontífice – é que estamos acostumados a falar das pessoas com adjetivos. Não dizemos: ‘Esta é uma pessoa, esta é uma mãe, este é um jovem sacerdote’, mas ‘este é assim ou assim’. Colocamos o adjetivo. E isso destrói, porque não deixa emergir a pessoa”.
“Não podemos dizer: são assim, são feios, são bons, são maus. O adjetivo é uma das cosias que cria distância entre a mente e o coração. Este é o problema de hoje. Se me disser que é um problema político, um problema social, um problema cultural, um problema de linguagem: são todas coisas secundárias. O problema é um problema de distância entre a mente e o coração. É um problema de distância”.
O Papa observou que, diante da discriminação que sofrem na Europa e em outros lugares, os ciganos podem deixar crescer o rancor. “Claro, é humano. Mas, peço-lhes, por favor, um coração grande: nada de rancor. Ir avante com dignidade: a dignidade da família, do trabalho, de ganhar o pão cotidiano. É isso que nos leva avante: a dignidade da oração”, exortou.
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Francisco compartilhou com os presentes que, ao ver os pequenos, se viu animado, mas indicou que “a esperança pode desiludir se não for verdadeira esperança, mas quando a esperança é concreta, como neste caso, aos olhos das crianças, nunca desilude!”.
“Quando a esperança é concreta, no Deus verdadeiro, jamais desilude. As mães, que leem a esperança nos olhos dos filhos lutam todos os dias pela concretude, não por coisas abstratas, não: criam uma criança, alimentam, educam, inserem na sociedade. São coisas concretas. Permitam-me dizer que as mães são esperança”.
“Uma mulher que traz um filho ao mundo é ela mesma esperança, semeia esperança, é capaz de abrir o caminho, de criar horizontes, de dar esperança”, destacou o Papa.
“O amor é a civilidade: avante com o amor. O Senhor os abençoe e rezem por mim!”, concluiu.
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