O Arcebispo de Colônia, Cardeal Joachim Meisner, assegurou que o Papa Bento XVI encontrará tanto eco como João Paulo II na próxima Jornada Mundial da Juventude e explicou que o Santo Padre ajudará aos jovens a encontrar-se consigo mesmos.

Em uma entrevista concedida à revista “Der Spiegel”, o anfitrião da próxima JMJ assinalou que “Bento XVI não vai encontrar menos eco que João Paulo II, pelo contrário. O que pediu ultimamente nas audiências a jovens e meninos é surpreendente. Na Audiência de despedida para a JMJ deixou muito claro quanto valoriza e entesoura à juventude. Disse que se alguém lhes der menos do que Deus lhes dá, então lhes damos muito pouco”.

Segundo o Arcebispo, “na JMJ os jovens têm oportunidade e ocasião de encontrar-se consigo mesmos, com o qual experimentam o insondável valor de sua própria vida. O Papa pode ajudá-los nisso: Os jovens tem uma intuição e um desejo especial desta experiência. O Papa não procura nada para si, mas se dá tudo pelos jovens”.

O Cardeal, recordou que a Igreja tem uma missão específica com os jovens. “se trata de apresentar aos homens uma nova relação; em seguida que alguém chega ao mundo e sai do ventre materno dando aquele brado de angústia, o lugar desde onde aprende a ver e entender a realidade é a pessoa de papai e a pessoa da mamãe. Logo o  menino acessa à realidade que os pais mostram e permitem chegar ao menino. Quando eles não o abrem à realidade de Deus, então estão convertendo ao menino em um aleijado espiritual”.

O Cardeal Meisner advertiu que muitos pais dos atuais jovens  “pertencem à geração do 68. São como asilados metafísicos, refugiados. Não sabem a quem nem aonde pertencem. Muitos jovens, entretanto hoje em dia, não fazem parte daquilo. Sempre se diz que os jovens são egoístas, hedonistas, comodistas e conformistas; mas em realidade a juventude está cheia de ideais e querem elevar-se até alcançá-los. Como os pais e mestres não os conduzem à Fonte da Vida, chega-se a atitudes tão inferiormente compensatórias como lhes dar preservativos e pílulas”.

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Legado de João Paulo II

O Arcebispo de Colônia reiterou que João Paulo II enviou do céu a Bento XVI para que presida esta JMJ. “Ao morrer João Paulo II, quase me desabei, pois me deixava sozinho com a JMJ. Mas ao me ajoelhar frente ao Papa que jazia, senti sua voz que me recordava: ‘Tenha certeza disto: quando os Santos estão no céu, participam das possibilidades sem limites de Deus’”, assinalou.

Recordou que “durante o Réquiem do Papa, contemplava o ataúde e atrás via avançar ao decano dos cardeais, que surpreendente simbiose! Então pensei: ‘Papa Wojtyla, agora faz uma coisa, que ele seja seu sucessor! E logo antes do conclave compartilhava eu com algum que outro dos cardeais: olhem só, o Papa Wojtyla nos está olhando sobre o ombro. E quando Bento XVI foi eleito, disse-me imediatamente que viria a Colônia – inclusive antes de eu ter podido  expressar-lhe o meu desejo de convidá-lo. E para mim, isso é realmente um milagre”.

O Cardeal Meisner relatou que alguma vez perguntou a João Paulo II por que queria uma JMJ na Alemanha e lhe respondeu: “’durante o século XX, surgiram as duas catástrofes mundiais na Alemanha. Queria que o século XXI tenha nos seus inícios um dinamismo positivo que surja desde a Alemanha’, e vinha de boca de um polonês! Isso é o formoso. E logo disse: ‘O melhor é que quem me garante isso é o Ratzinger’. Também isso é parte do milagre”.