JERUSALÉM, 10 de ago de 2005 às 15:09
Escavadores da Velha Jerusalém descobriram as ruínas da piscina de Siloé em que, segundo relata o Evangelho de São João, Jesus curou a um homem cego de nascimento. Este descobrimento seria uma nova confirmação da historicidade e autenticidade da Bíblia.
James H. Charlesworth do Seminário Teológico de Princeton, um perito no Novo Testamento, assinalou ao jornal Los Angeles Times que "alguns estudiosos afirmavam que a piscina de Siloé não existia e que João estava usando as crenças religiosas. Agora encontramos a piscina de Siloé… exatamente no lugar no que João disse que estava”. Um evangelho do qual se dizia “era pura teologia, resultou ser base histórica”, acrescentou.
“Precisamos saber quão grande é. Este poderia ser o maior e importante miqveh (piscina ritual) que se encontrou alguma vez”, precisou.
Por sua parte, o arqueólogo Ronny Reich da Universidade de Haifa, que participa das escavações, afirmou que a lei dos antigos judeus exigia que estes peregrinarão a Jerusalém pelo menos uma vez ao ano. "Jesus era mais um peregrino que vinha até Jerusalém. Seria natural encontrá-lo lá”, remarcou.
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Os escavadores descobriram a piscina de Siloé a 180 metros de outra piscina que foi construída entre os anos 400 e 460 A.C. pela imperatriz Eudocia do Bizancio, quem, segundo os peritos, encarregou a reconstrução de vários lugares bíblicos.
Arqueólogos afirmam que a piscina a qual se refere São João no seu Evangelho deveu ser construída ao redor do primeiro século A.C. e destruída pelo imperador romano Tito no 70 D.C.
A linha de escavação que levou ao descobrimento era dirigida por Eli Shukron do Israel Antiquities Authority, quem afirmou estar “100 por cento seguro de que se encontravam diante da piscina do Siloé”, quando o grupo viu dois degraus da mesma.
O encontro que narra o Evangelho de São João, tem como personagem central a Jesus que cura a um homem cego de nascimento. Para os discípulos, a cegueira do homem se devia a seus pecados pessoais ou aos de seus pais; mas Jesus Cristo explica que a cegueira estava nesse homem para mostrar o poder de Deus. A passagem dá conta do Jesus cuspindo na terra, formando barro e untando-o nos olhos do homem que, depois de lavar-se na piscina de Siloé, por ordem do Senhor, recupera a vista. Este relato bíblico é uma das histórias mais contadas dos evangelhos. Agora os teólogos e os peritos bíblicos esperam poder apreciar este milagre sob uma nova luz com o descobrimento do lugar aonde se realizou.