Nesta sexta-feira, 7 de junho, ocorreu no altar da Cátedra da Basílica de São Pedro, a cerimônia de funeral do Cardeal Elio Sgreccia, Presidente emérito da Pontifícia Academia  para a Vida, que faleceu aos 90 anos, em Roma, na última quarta-feira.

Segundo informa Vatican News, o Cardeal Giovanni Battista Re, vice-decano do Colégio Cardenalício, foi quem pronunciou a homilia, enquanto o Papa Francisco presidiu o rito da Ultima commendatio et valedictio.

Em sua homilia, o Cardeal Re lembrou que o Senhor chamou o Cardeal Sgreccia, pouco antes de fazer 91 anos, após vários meses de doença e uma vida extremamente ativa, primeiro no campo pastoral e, depois, durante 40 anos no campo científico da bioética.

"Podemos dizer que tinha se tornado não só um especialista, mas um ponto de referência no mundo católico para questões relacionadas à bioética", disse o Cardeal Re.

"Todos apreciamos a sua tenacidade para defender, em um tom sereno, mas claro, a dignidade e sacralidade da vida humana, o compromisso que caracterizou toda a sua vida. Também foi capaz de promover eficazmente a integração da doutrina cristã e os temas científicos", continuou.

"Agora nos faltará a grande capacidade que tinha para envolver as pessoas, organizações e instituições para uma aliança pró-vida. Mas o seu ensinamento permanecerá orgânico e robusto; suas numerosas publicações permanecerão; seu testemunho permanecerá acima de tudo. Foi pai e mestre".

O Cardeal Re, em seguida, lembrou que "todo aquele que acredita em Cristo tem a vida eterna assegurada. O Cardeal Sgreccia faleceu com a certeza de que Cristo venceu a morte e com a esperança da vida eterna. Agora, na oração confiamos a sua alma à misericórdia de Deus. Que a Santíssima Virgem Maria, de quem era tão devoto, o acompanhe. Que Cristo o acolha na imensidão de seu amor”.

Após a cerimônia, o Papa Francisco presidiu o rito da Ultima commendatio et valedictio.

Em 5 de junho, o Santo Padre escreveu um telegrama para Palma Sgreccia, sobrinha do falecido Cardeal, no qual recordou "com ânimo grato seu generoso serviço à Igreja, especialmente a preciosa e diligente obra em defesa do fundamental valor da vida humana, mediante uma ação capilar de estudo, de formação e de evangelização".

Breve biografia do Cardeal Sgreccia

Elio Sgreccia nasceu em 6 de junho de 1928, na cidade italiana de Nidastore di Arcevia. Faria 91 anos na última quinta-feira. Sua família, de origem humilde, era composta por agricultores de vida simples e devota.

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O Cardeal Sgreccia era o mais novo de seis irmãos. Foi ordenado sacerdote em 29 de junho de 1952.

Em novembro de 1973, pediram-lhe que se encarregasse do serviço pastoral de professores e alunos da Faculdade de Medicina e Cirurgia da sede romana da Universidade Católica do Sacro Cuore.

A partir 1983, a Universidade Católica lhe pediu que fosse professor de questões éticas em biomedicina. Desde 1985, foi diretor do Centro de Bioética e, desde 1992, foi diretor do Instituto de Bioética criado na Faculdade de Medicina e Cirurgia da Universidade Católica do Sacro Cuore, em Roma.

Tornou-se um dos maiores especialistas em bioética na Igreja e no mundo, razão pela qual a Secretaria de Estado do Vaticano o enviou para colaborar com vários organismos europeus sobre o assunto. Nos anos 1980, foi observador da Santa Sé no Comitê de Ética do Conselho da Europa. De 1990 a 2006, foi membro do Comitê Nacional Italiano para a Bioética.

Autor de uma extensa bibliografia, entre seus trabalhos destaca-se o "Manual de bioética", para médicos e biólogos, traduzido para francês, espanhol, português, inglês, russo, romeno, búlgaro, ucraniano, árabe e coreano.

Em 6 de janeiro de 1993, foi ordenado Bispo de Zama por João Paulo II. No ano anterior, havia tomado posse como secretário do Pontifício Conselho para a Família, cargo que ocupou até o início de 1996.

Em 1º de junho de 1994, foi nomeado vice-presidente da Pontifícia Academia para a Vida, da qual se tornou presidente em 3 de janeiro de 2005, cargo que ocupou até junho de 2008.

No consistório de 20 de novembro de 2010, o Papa Bento XVI o criou Cardeal.

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