COLOMBO, 14 de jun de 2019 às 15:00
No próximo dia 21 de abril, completará dois meses dos atentados contra três igrejas cristãs e vários hotéis no Sri Lanka ocorridos no Domingo de Páscoa, quando mais de 300 pessoas morreram e 500 ficaram feridas, mas muitas pessoas ainda têm medo de ir a uma igreja.
Veronique Voguel, diretora de projetos da Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN), responsável pelo Sri Lanka, viajou ao país asiático para se informar e conhecer pessoalmente a situação em que vivem os cristãos na ilha.
"As medidas de segurança em todo o Sri Lanka foram muito grandes durante a nossa visita; as forças de segurança e os militares estavam presentes em todos os lugares. Particularmente, a população cristã ainda tem medo. Sabe-se que no Domingo de Páscoa, havia mais pessoas envolvidas nos atentados do que aquelas que foram investigadas e presas posteriormente. Deste modo, todo mundo sabe exatamente: em algum lugar ainda há pessoas muito perigosas em liberdade, que poderiam atacar novamente a qualquer momento", destacou Voguel.
No último dia 21 de maio, exatamente um mês após os ataques, as igrejas do Sri Lanka reabriram. No entanto, os cristãos ainda estão com medo.
A diretora de projetos da ACN destacou que "sentem-se atemorizados quando ouvem o som dos sinos. É um testemunho aflito de como as lembranças do Domingo de Páscoa são angustiantes para eles".
"Não entendem porque esse sofrimento lhes aconteceu, no Sri Lanka, após a situação relativamente tranquila dos últimos anos. No entanto, têm uma imensa vontade de viver e uma fé forte. Os cristãos e todos os habitantes do Sri Lanka não querem nenhuma nova guerra civil; eles querem trabalhar por uma paz duradoura", enfatiza Vogel.
Durante esses dias, a delegação da ACN que viajou para o Sri Lanka visitou um convento franciscano na cidade de Negombo que fica em frente à igreja católica de São Sebastião, onde pelo menos 100 pessoas foram mortas durante os ataques.
"Os franciscanos nos mostraram vídeos com cenas terríveis do dia do crime; disseram-nos que logo após as explosões, foram ao local para cuidar dos feridos e recolher os mortos", lembrou.
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No entanto, Vogel ressaltou que, "apesar dessas experiências traumáticas, são atualmente um testemunho de caridade vivida, que não deixam que a fé e a vontade de ajudar desapareçam por causa do terror e da violência".
Os cristãos no Sri Lanka representam aproximadamente 8% dos 22 milhões de habitantes que a ilha tem no total. As autoridades responsabilizam um grupo radical islâmico local e os jihadistas pelos atentados.
A Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) investiu mais de oito milhões de euros em projetos no Sri Lanka nos últimos 15 anos.
Entre outras coisas, os fundos foram usados para financiar a construção de instalações cristãs, estipêndios de Missas para sacerdotes, formação teológica e a compra de literatura cristã.
Depois dos recentes ataques terroristas, a ACN planeja reforçar ainda mais o seu compromisso neste país com a assistência pastoral em longo prazo para curar as feridas e restaurar a esperança e a confiança nas comunidades.
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— ACI Digital (@acidigital) May 23, 2019