BOGOTÁ, 19 de jun de 2019 às 11:00
O Bispo de Buenaventura (Colômbia), Dom Rubén Darío Jaramillo, se manifestou sobre as notícias que indicavam que ele iria fazer um exorcismo de helicóptero em toda a cidade portuária e deixou claro que não será um exorcismo, mas uma bênção para proteger do mal que afeta o lugar.
"Os jornalistas se centraram em um helicóptero, eu estou centrado na bênção. O que eu quero é abençoar a cidade. A forma surgiu inicialmente como helicóptero, mas não tem que ser assim, a não ser que nos emprestem um. Não comprometemos ninguém”, explicou o Prelado há alguns dias em diálogo com Blu Radio sobre a bênção desta cidade localizada no departamento Valle del Cauca (Colômbia).
"O que eu quero é abençoar a Buenaventura de várias maneiras. O importante não é o custo, mas a bênção de uma cidade aproveitando a Festa de São Boaventura em julho. Eu poderia subir em um prédio e fazer de lá", indicou o Bispo, assinalando que ainda não definiu exatamente como fará a bênção.
Dom Jaramillo explicou que "os que temos fé acreditamos que Deus é bom e nos abençoa. Deus, que em sua bondade quer derramar sua misericórdia, dá a alguns a faculdade e o poder para abençoar (...). E eu refleti sobre a necessidade de abençoar toda a cidade".
O Bispo de Buenaventura recordou que "alguns Papas e santos disseram que o principal triunfo do diabo é nos fazer acreditar que ele não existe. Não é o diabo com chifres e rabo, mas o mal que existe no mundo que se manifesta através da morte, da corrupção, do roubo, da extorsão e de tudo o que vemos constantemente".
"Isso está alojado nos corações das pessoas. E quem pode tirar isso do coração das pessoas? Deus pode e pode também fazer com que uma pessoa que age mal mude por um coração que ame e respeite os outros", afirmou.
O Bispo explicou que a bênção na festa de São Boaventura, em julho, será precedida por vários eventos nos bairros da cidade com a imagem do santo, "para que as pessoas rezem e gere confiança. Nós vamos levar alguma ajuda para as pessoas pobres".
Em diálogo com a agência vaticana Fides, o Bispo disse que "já tivemos 54 mortes violentas neste ano, mas há muitas pessoas que desaparecem. E isso não é informado. O problema é que ainda não existe uma cultura de denúncia porque existe medo, temos uma sociedade que tem medo de informar".
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"A comunidade me pediu para antecipar as missas dominicais para as 18h porque temem ser sequestrados ou ficar na rua durante o toque de recolher. Há homens com rifles que percorrem ruas e bairros", disse.
O Prelado também denunciou a existência das chamadas "casas de piques", onde se tortura e assassina as pessoas sequestradas porque dificultam ou não apoiam as gangues e o crime organizado, algo que supostamente havia desaparecido em 2015.
Outro acontecimento que entristeceu a cidade e toda a Colômbia foi o homicídio da menina Diana Tatiana Rodríguez, de 11 anos, torturada e assassinada pelo seu tio no início de junho.
Após o assassinato, milhares de pessoas marcharam em rechaço à violência contra crianças e jovens.
Segundo dados da Medicina Legal, entre janeiro e abril de 2019, 213 menores foram assassinados no país e 7.142 crianças e adolescentes foram vítimas de violência sexual.
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— ACI Digital (@acidigital) September 1, 2018