Vaticano, 21 de jun de 2019 às 12:28
O Papa Francisco enviou uma mensagem de vídeo para jovens de todo o mundo alertando sobre o grave problema da violência conhecida como “bullyng” e se juntou a uma maratona internacional online de 24 horas contra o “Cyberbullyng”.
Em uma apresentação privada na sede do Vaticano da Fundação Pontifícia Scholas, na qual esteve presente o Grupo ACI e EWTN Notícias, o Santo Padre se juntou à maratona "#STOPCYBERBULLYNGDAY" através de uma mensagem de vídeo.
Neste vídeo, o Pontífice confia aos jovens sua preocupação pela violência que alguns sofrem por causa do "bullying" e os encoraja a não perderem sua identidade.
"Encontrar a própria identidade é um caminho, é um caminho de diálogo, é um caminho de reflexão, é um caminho de interioridade. E uma maneira muito fácil para não fazer este caminho é a de agredir ou diminuir a identidade dos outros. Aqui nasce o bullying”, assinala o Papa.
Além disso, o Santo Padre reconhece que "na farmácia não vendem remédios contra o bullying, os laboratórios ainda não conseguiram a fórmula", mas, enquanto isso, ressalta a importância do diálogo como solução.
"A única maneira é o compartilhar, o conviver, o dialogar, o escutar o outro, ter tempo de caminhar juntos, ter tempo porque é o tempo aquele que cria a relação", afirma.
Por isso, o Papa Francisco pede que os jovens do mundo declarem "guerra ao bullying, porque ele diminui a dignidade; e joguem pelo diálogo, joguem pelo caminhar juntos, joguem pela paciência de escutar o outro. Então será uma paz forte, e essa mesma paz forte fará com que descubram a própria identidade”, exorta o Papa.
A seguir, o texto completo da mensagem de vídeo do Papa Francisco no início desta maratona contra o Cyberbulling:
Queridos jovens de Scholas. É um prazer poder falar com vocês, sei tudo o que vocês estão fazendo, conheço o grande trabalho, o grande esforço que fazem para conseguir cada um destes encontros.
Um problema que me preocupa muito é aquele que cada um de vocês encontre a sua própria identidade, e isso sem precisar diminuir ou obscurecer a identidade dos outros.
Encontrar a própria identidade é um caminho, é um caminho de diálogo, é um caminho de reflexão, é um caminho de interioridade. E uma maneira muito fácil para não fazer este caminho é a de agredir ou diminuir a identidade dos outros. Aqui nasce o bullying.
O bullying é um fenômeno de autocompensação e de autovalorização; mas não me encontrando, mas diminuindo o outro para me sentir mais alto. É um aprender a olhar de cima para baixo e mal. Não se esqueçam de que somente é lícito a uma pessoa olhar de cima para baixo, sabem quando? Quando está ajudando a se levantar. Outra maneira de olhar de cima para baixo não é lícita.
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Quando ocorrem em grupos juvenis, no colégio, nos bairros, essas expressões de agressão, bullying, se vê a pobreza da própria identidade de quem agride, que necessita agredir para se sentir pessoa.
Na farmácia não vendem remédios contra o bullying, os laboratórios ainda não conseguiram a fórmula; enquanto isso, o que fazer? A única maneira é o compartilhar, o conviver, o dialogar, o escutar o outro, ter tempo de caminhar juntos, ter tempo porque é o tempo aquele que cria a relação.
Não tenham medo de dialogar: cada um de nós tem algo para dar ao outro. Cada um de nós tem algo bom para dar ao outro, cada um de nós precisa receber algo bom do outro. O diálogo, o diálogo que nos torna iguais, não em identidade – temos identidades diferentes –, mas nos torna iguais ao longo do caminho. Somos caminhantes, todos iguais, todos caminhamos, mas todos diferentes, então, todos em harmonia.
Declarem a guerra ao bullying, porque ele diminui a dignidade; e joguem pelo diálogo, joguem pelo caminhar juntos, joguem pela paciência de escutar o outro. Então será uma paz forte, e essa mesma paz forte fará com que descubram a própria identidade.
Que Deus os abençoe e, vamos adiante, não tenham medo do diálogo, vale a pena!
Scholas Cidadania
Por ocasião desta maratona mundial, o observatório para a juventude de Scholas, chamado de "wezum", apresentou o resultado da primeira etapa da pesquisa sobre o "cyberbullyng" desenvolvida por um comitê científico internacional de acadêmicos universitários de vários países, entre eles: Itália, Espanha, Argentina, Colômbia, Grã-Bretanha, Israel, entre outros.
Além disso, a Fundação Scholas irá desenvolver pela primeira vez em território norte-americano seu programa educativo "Scholas Cidadania", na cidade de Miami, a partir de 20 de junho, no qual "mais de 100 jovens de 10 institutos vão participar nesta primeira edição do Scholas Cidadania em Miami, que tem o apoio das Escolas Públicas do Condado de Miami", explicaram os organizadores ao Grupo ACI.
As jornadas de trabalho serão de 24 a 28 de junho e mais de 100 jovens refletirão sobre duas das problemáticas que mais os afetam, que são a "violência com armas e a segurança (“Gun violence and safety”) e a saúde mental (“Mental health”). Os jovens tentarão encontrar soluções em intensas jornadas de trabalho que serão realizadas na Escola Secundária Ponce de León, em Coral Gables.
Confira também:
Papa Francisco motiva jovens a não esperarem o futuro para começar a agir https://t.co/FErVGgu5TM
— ACI Digital (@acidigital) March 21, 2019