CARACAS, 24 de jun de 2019 às 13:30
A Conferência Episcopal Venezuelana (CEV) se reuniu em 21 de junho com Michelle Bachelet, Alta Comissária para os Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), agradeceu-lhe por sua presença no país e explicou-lhe que a solução para a crise social e política passa por eleger um novo presidente.
Bachelet visitou a Venezuela de 19 a 21 de junho, convidada pelo regime de Nicolás Maduro. Durante sua viagem, reuniu-se com autoridades do país, assim como com vítimas de abusos dos direitos humanos e organizações que os atendem.
Em seu encontro com a Alta Comissária para os Direitos Humanos da ONU, os bispos também lhe entregaram uma carta, na qual destacam "a grave crise que o povo venezuelano está experimentando".
Comisión de la Conferencia Episcopal Venezolana, encabezada por Mons. José Trinidad Fernández, Secretario General de la CEV, se reúne y entrega documento a Michelle Bachelet, alta comisionada para los DD.HH de la ONU https://t.co/KRl4f6QZjY pic.twitter.com/3bBPkembc1
— CEV (@CEVmedios) June 21, 2019
"A Igreja Católica na Venezuela desde 2004 vem denunciando a situação da grave crise humanitária vivida pelo nosso povo. Somos defensores da vida em todos os seus aspectos e a voz dos pastores é escutar o clamor de nosso povo", expressaram os bispos.
"Tem aumentado a diáspora massiva, a nova forma de escravidão, entre elas o tráfico de pessoas, a prostituição", disseram, assim como "o aumento da desnutrição infantil, o uso da mentira como se fosse verdade".
A CEV também lamentou "a crise elétrica em toda a Venezuela, com exceção de Caracas para dar a sensação de normalidade àqueles que visitam o país; a situação da água que não chega aos lares, devido às falhas elétricas".
Na Venezuela, assinalaram os bispos, "a dignidade da pessoa humana está sendo subestimada".
Receba as principais de ACI Digital por WhatsApp e Telegram
Está cada vez mais difícil ver notícias católicas nas redes sociais. Inscreva-se hoje mesmo em nossos canais gratuitos:
Também expressaram a expectativa de que "o relatório reflita o rosto real do que está acontecendo na Venezuela, que permita assinalar mecanismos para solucionar os problemas de fundo do que acontece com nosso povo”.
Os bispos também pediram a eliminação “das práticas abusivas" no país, incluindo os grupos armados irregulares "que agem com absoluta impunidade".
A saída para a crise do país, indicaram, passa pela "eleição de um novo presidente e pelo reconhecimento da Assembleia Nacional como organismo eleito pelo povo".
A CEV advertiu que "a crise que o país vive tem suas raízes na corrupção e na impunidade diante do saque do tesouro público e não apenas pelas sanções que foram feitas".
"A Venezuela antes dessas sanções já estava em uma situação econômica deprimente. A grave crise humanitária será resolvida se os fatores de poder buscarem o bem comum de todos”.
No final de sua carta, os bispos venezuelanos recordaram a Bachelet que "o nosso povo é antes de tudo solidário e fraterno ,e por isso, acudimos ao seu poder para que a vida dos venezuelanos seja defendida e promovida em todos os seus níveis”.
Confira também:
Igreja adverte que imigrantes venezuelanas podem ser vítimas do tráfico de pessoas https://t.co/vNvWH8agqk
— ACI Digital (@acidigital) June 19, 2019