REDAÇÃO CENTRAL, 2 de jul de 2019 às 15:00
A religiosa indiana Maria Teresa Chiramel Mankidiyan, uma mística que experimentou os estigmas de Cristo, sofreu ataques do diabo e dedicou sua vida a servir aos pobres, será proclamada santa em 13 de outubro.
Sobre esta religiosa, o bispo indiano James Pazhayattil, falecido em 2016, disse que "se parece com Madre Teresa de Calcutá. Além de compartilharem o mesmo nome, têm em comum não só ter fundado uma congregação religiosa – uma, as Missionárias da Caridade, a outra, as Irmãs da Sagrada Família –, mas, sobretudo, as duas se caracterizam pelo serviço a favor dos marginalizados, dos pobres, dos doentes e dos moribundos”.
A Beata Teresa Chiramel Mankidiyan nasceu em 26 de abril de 1876, em Puthenchira, no estado de Kerala (Índia). O nome de Maria foi adicionado anos depois, após ter uma visão da Mãe de Deus que lhe disse que também deveria ter esse nome.
Em sua autobiografia, narra que desde muito pequena sentiu um intenso desejo de amar a Deus, por esta razão, rezava o terço várias vezes ao dia e ia à Missa diária com a sua mãe.
Costumava deixar as brincadeiras de criança para rezar e fazer uma série de sacrifícios, orações, vigílias e jejuns que preocupavam sua mãe porque afetavam sua saúde.
A futura santa costumava inventar uma forma de dar sua comida aos mais necessitados. Quando fez 10 anos, decidiu consagrar a sua virgindade a Deus.
Sua mãe morreu quando a menina tinha 12 anos, por isso, teve que deixar a escola. Queria uma vida dedicada à oração e, em 1891, deixou sua casa para levar uma vida eremita e de penitência, mas não conseguiu cumprir seu projeto.
Intensificou sua colaboração na paróquia com três companheiras, que mais tarde se tornariam membros da congregação que fundou, dedicando-se aos pobres, professores, pessoas sozinhas e órfãos. Rezava pela conversão dos pecadores.
Em 1903, explicou ao vigário apostólico de Trichur seu desejo de fundar uma casa de retiro e oração. Sugeriram que ela entrasse em um convento de Clarissas, depois foi para outro convento, mas a jovem descobriu que essa não era sua vocação.
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Recebeu muitos favores místicos de Deus, como ter visões de Nossa Senhora e dos santos, assim como os estigmas de Cristo que recebeu em 1909 e que sempre manteve em segredo.
No entanto, seu bispo duvidava da autenticidade desses fenômenos e ordenou que ela se submetesse a vários exorcismos. Também sofreu ataques de demônios que tentavam desviar a sua vontade de seguir a Deus.
Em 14 de maio de 1914, fundou a congregação das Irmãs da Sagrada Família. Após doze anos de muito trabalho, teve uma queda que lhe causou uma ferida, que não pôde ser controlada devido a diabetes que sofria. Morreu com fama de santidade no dia 8 de junho de 1926.
Foi beatificada por São João Paulo II em 9 de abril de 2000. Em sua homilia, o Papa peregrino disse que, "desde a infância, Maria Teresa Mankidiyan sabia instintivamente que o amor de Deus por ela exigia uma profunda purificação pessoal. Comprometida numa vida de oração e de penitência, a disponibilidade da Irmã Maria Teresa em abraçar a Cruz de Cristo permitiu-lhe permanecer firme diante dos frequentes mal-entendidos e das árduas provações espirituais".
"Convicta de que ‘Deus dará a vida eterna àqueles que convertem os pecadores e os orientam pelo caminho reto’, a Irmã Maria consagrou-se a esta tarefa mediante visitas, conselhos, orações e a prática penitencial. Por intercessão da Beata Maria Teresa, todos os consagrados e consagradas sejam fortalecidos na própria vocação de rezar pelos pecadores e de atrair os outros a Cristo através de palavras e exemplos”, expressou.
A congregação das Irmãs da Sagrada Família conta atualmente com cerca de duas mil religiosas que atendem escolas, hospitais, enfermarias, casas para pessoas com deficiência mental e física, centros sociais entre outras obras.
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