CRACÓVIA, 4 de jul de 2019 às 16:30
Um funcionário da empresa multinacional Ikea, em Cracóvia (Polônia), entrou com um processo depois de ser demitido na semana passada por publicar na intranet da empresa versículos da Bíblia que se opõem à prática homossexual.
O ministro da Justiça polonês, Zbigniew Ziobro, solicitou que o gabinete do promotor nacional investigue o caso.
O problema surgiu quando os funcionários foram convidados a participar de um evento pró-LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais) da empresa.
Em resposta, o funcionário Tomasz K disse que se opunha à promoção da homossexualidade e publicou dois versículos da Bíblia.
O primeiro foi Mateus 18,6: "Mas, se alguém fizer cair em pecado um destes pequenos que creem em mim, melhor fora que lhe atassem ao pescoço a mó de um moinho e o lançassem no fundo do mar"; e o segundo, Levítico 20,13: "Se um homem dormir com outro homem, como se fosse mulher, ambos cometerão uma coisa abominável. Serão punidos de morte e levarão a sua culpa".
Ikea imediatamente demitiu Tomasz. A empresa afirmou em um comunicado que foi demitido por "usar citações do Antigo Testamento sobre morte e sangue no contexto do destino que os homossexuais deveriam enfrentar" e por "expressar sua opinião de uma forma que poderia afetar os direitos e a dignidade dos LGBT+", segundo indica o site News.com.au.
No entanto, o advogado de Tomasz argumenta que este último estava simplesmente exercendo seu direito de expressar suas crenças religiosas.
Tomasz disse à TVP Info que seu trabalho era vender móveis, não promover "ideologia do mesmo sexo". Quando lhe pediram para remover os versículos da Bíblia que havia publicado, disse: "Como católico, não posso censurar Deus".
"Não acho que era meu dever. Eu citei dois textos das Sagradas Escrituras: sobre o tropeço e sobre o fato de que a convivência entre dois homens é uma abominação", disse, de acordo com TVP Info.
Depois que Tomasz foi demitido, outro funcionário também pediu demmissão em solidariedade.
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"Se a Ikea promove a igualdade e a diversidade em relação às pessoas, por que ocorreu esta situação quando um católico expressa sua opinião e fica sem trabalho por causa disso?", disse o funcionário, segundo a TVP.
Uma porta-voz da holding Ikea, Ingka Group, divulgou uma declaração publicada por News.com.au. Segundo a opinião da empresa, "usar os antecedentes de sua religião como uma razão para excluir os outros é considerado discriminação”.
"No Ingka Group, acreditamos que todos têm o direito de serem tratados de maneira justa e de receber igualdade de oportunidades, independentemente de seu gênero, orientação sexual e identidade de gênero, idade, nacionalidade, religião e/ou qualquer outra dimensão de sua identidade" , sustentou.
Além disso, afirmou que "a inclusão em Ingka Group significa respeitar nossas diferenças individuais e criar um ambiente seguro para todos. As visões e opiniões de todos são bem-vindas com o objetivo comum de construir um excelente lugar para trabalhar".
Tomasz é representado pelo grupo jurídico Ordo Iuris. O presidente do grupo, Jerzy Kwasniewski, assinalou que é ilegal censurar a Bíblia e que a medida viola os direitos de Tomasz.
"A insinuação contida na declaração da Ikea é inaceitável e viola os direitos pessoais do Sr. Tomasz. Pode ser lida como motivada pelo preconceito contra os cristãos", disse ele à New.com.au.
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— ACI Digital (@acidigital) July 4, 2019