COLOMBO, 8 de jul de 2019 às 13:30
A polícia do Sri Lanka prendeu dois altos funcionários acusados de não terem alertado sobre as ameaças terroristas que resultaram nos graves atentados de Páscoa, em 21 de abril deste ano, contra várias igrejas e hotéis, que deixaram mais de 350 mortos e centenas de feridos no país asiático.
Em 21 de abril de 2019, Domingo de Páscoa, terroristas muçulmanos atacaram três igrejas e vários hotéis no Sri Lanka.
Dois dias depois, o Estado Islâmico (ISIS) assumiu a responsabilidade pelo ataque em retaliação aos ataques contra duas mesquitas na Nova Zelândia em março, que mataram pelo menos 49 pessoas.
Segundo ‘Asia News’, os detidos são o chefe de polícia, Pujith Jayasundara, e o ex-secretário de Defesa, Hemasiri Fernando. Ambos são acusados de não terem alertado os órgãos de segurança sobre as advertências de ameaças terroristas que receberam algumas semanas antes dos serviços de inteligência da Índia.
O porta-voz da polícia disse que os funcionários são acusados de terem agido com negligência, o que levou a "crimes contra a humanidade" e, portanto, "merecem ser incriminados por homicídio".
‘Asia News’ indicou que o primeiro alerta dos serviços de inteligência indianos foi em 4 de abril e o último poucas horas antes dos atentados.
Além disso, os informantes indianos alertaram as autoridades do Sri Lanka sobre as atividades de Zahran Hashim, o líder do grupo fundamentalista National Thowheed Jamath (NTJ), autor dos atentados.
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De acordo com os serviços secretos da Índia, Hashim, que morreu nos atentados, estava investigando a possibilidade de criar uma facção do ISIS no território localizado entre o sul da Índia e o Sri Lanka.
Depois dos ataques, o presidente Sirisena reconheceu que não recebeu nenhum alerta da polícia. Por essa razão, exigiu a renúncia dos dois funcionários agora presos.
Fernando renunciou poucos dias depois do massacre; enquanto Jayasundara se recusou a renunciar e foi suspenso de seu posto. Ambos afirmam que informaram o gabinete do presidente Sirisena, mas que este "nunca levou a sério" as ameaças. O presidente reiterou que nunca recebeu os alertas.
‘Asia News’ recorda que Sirisena é também Ministro da Defesa e Ordem Pública, por isso é responsável pela segurança do Estado.
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— ACI Digital (@acidigital) April 24, 2019