Após ter ordenado o fechamento de 21 unidades de saúde administradas pela Igreja Católica, o governo da Eritreia promoveu novos episódios de “repressão”, segundo a Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN), contra religiosas e fiéis.

Segundo ACN, “os episódios mais recentes assinalam a expulsão de diversas irmãs que trabalhavam e viviam em centros de saúde, deixando-as no mais completo abandono”.

Organizações de defeso dois direitos humanos denunciaram esta situação no fim de semana, documentando a expulsão das religiosas com fotografias colocadas nas redes sociais.

Além desta situação, ACN  informa haver registros de que, em 23 de junho, agentes de segurança entraram em uma igreja na cidade de Keren, a segunda mais importante da Eritreia, e detiveram alguns fiéis, entre os quais havia mulheres grávidas e crianças.

Esta intervenção ocorreu apenas seis dias depois que o governo interditou 3 hospitais, dois centros de saúde e 16 clínicas administradas pela Igreja Católica, deixando cerca de 170 mil pessoas sem atendimento.

Tudo isso, indica a Fundação Pontifícia, faz “temer a possibilidade de se estar efetivamente perante uma onda de repressão contra a comunidade cristã na Eritreia”.

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Quanto ao fechamento das unidades de saúde, os quatro bispos do país africano enviaram uma carta ao ministro da Saúde da Eritreia, Amna Nurhusein, na qual denunciaram que se trata de um ato “profundamente injusto”.

Na missiva, os Prelados ressaltaram que “privar a Igreja de cuidar dessas instituições é minar a sua própria existência e expor os seus trabalhadores à perseguição religiosa”. Afirmaram ainda que a Igreja Católica não entregará as instalações nem os respectivos equipamentos “de livre e espontânea vontade”.

Vale recordar que, em janeiro de 2018, o Departamento de Estado Norte-Americano colocou a Eritreia na lista dos “Países de Especial Preocupação”, justamente por causa das graves violações da liberdade religiosa ocorridas no país.

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