O Papa Francisco lamentou nessa quinta-feira, 11 de julho, a morte de Vincent Lambert, o francês tetraplégico, de 43 anos, que, no dia 2 de julho, teve seu suporte vital desconectado pelo hospital onde estava internado, para deixá-lo morrer.

"Deus Pai acolha Vincent Lambert em seus braços", escreveu o Santo Padre em sua conta no Twitter.

"Não construamos uma civilização que elimina as pessoas cujas vidas consideramos não sejam mais dignas de serem vividas: toda vida tem valor, sempre", exortou o Pontífice.

Vincent Lambert morreu hoje no hospital de Reims, onde esteve internado durante anos após sofrer um acidente que o deixou tetraplégico em 2008. Há alguns dias, os médicos lhe retiraram a água e os tubos de alimentação para deixá-lo morrer sob “sedação profunda e contínua”.

"É um assassinato disfarçado, é uma eutanásia", disse o pai de Lambert, Pierre, à imprensa francesa na segunda-feira, 8 de julho.

A eutanásia é ilegal na França. No entanto, uma lei de 2005 permite que os médicos se abstenham de usar tratamentos "desproporcionais", "sem nenhum outro efeito além de manter a vida artificialmente".

Em 2015, o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos aprovou a retirada do suporte vital de Lambert, argumentando em uma sentença de 12 contra 5 que a decisão de interromper sua alimentação intravenosa não violava as leis europeias de direitos.

Desde então, Lambert esteve no centro de uma prolongada batalha judicial sobre a eliminação da alimentação e hidratação. Seus pais, Pierre e Viviane, lutaram nos tribunais desde 2013 para mantê-lo com vida; por outro lado, sua esposa Rachel – apoiada por alguns irmãos de Vincent – pedia que os suportes vitais fossem desconectados.

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Rachel disse que Vincent Lambert confirmou que não gostaria de ser mantido vivo se em algum momento estivesse em um "estado vegetativo", mas isso nunca foi colocado por escrito.

Na sexta-feira, 28 de junho, o Tribunal de Cassação, a máxima autoridade judicial do país, autorizou a remoção de seu suporte vital, revogando assim uma decisão anterior do Tribunal de Apelações de Paris. Este último tinha ordenado em 20 de maio que fosse retomadas a alimentação e a hidratação que haviam sido retiradas de Lambert algumas horas antes.

Em 2 de julho, os médicos informaram à família de Lambert, por e-mail, que a alimentação e a água seriam removidas novamente.

O Arcebispo de Paris, Dom Michel Aupetit, pediu aos sacerdotes franceses, em 10 de julho, que oferecessem missas por Vincent Lambert.

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