TOLEDO, 18 de jul de 2019 às 15:00
Através de seu escrito semanal intitulado "Vivendo em uma era neopagã", o Arcebispo de Toledo (Espanha), Dom Braulio Rodríguez Plaza, comentou sobre a "grotesca" exposição "Pederoclastia", condenando-a por atentar contra a honra dos sacerdotes da Igreja Católica.
O Prelado disse que nem ele é "cheio de luxúria", nem os sacerdotes pelos quais é responsável "são o que diz tal exposição em um Círculo de Arte!".
A exposição que causou a rejeição da Igreja Católica pertence ao artista plástico Fernando Barredo, conhecido como "Loc", coordenador de Toledo Laica, que é a seção provincial da organização Europa Laica.
ADVERTÊNCIA: As imagens podem ferir a sensibilidade do leitor.
Fue maravilloso ver a tantas multitudes levantarse en apoyo de una mujer violada por una manada de tarados. ¿Por qué no reaccionan así en defensa de los miles de niños violados por sacerdotes durante decenios con absoluta impunidad? PEDEROCLASTIA. Círculo de Arte de Toledo. pic.twitter.com/QQW98UyB2V
— LOC Fernando Barredo (@LocArteRitual) July 15, 2019
Segundo o autor, trata-se de uma composição tridimensional que visa denunciar a "atroz pedofilia consentida, encoberta e até premiada no coração da Igreja Católica".
Entretanto, a exposição, que está no Círculo de Artes de Toledo conta com uma peça que representa um bispo de seis braços rodeado por crianças que são "objeto de sua luxúria e sua maldade".
Depois de rechaçar os ataques contra a Igreja, Dom Rodríguez expressou que os casos de pedofilia dentro dela são inaceitáveis.
"Todos sabemos o tremendo e repulsivo problema que significou para a Igreja Católica a pederastia inaceitável de sacerdotes e como cortar radicalmente esta praga que, certamente, está em toda a sociedade espanhola e europeia, não apenas em alguns clérigos, e nestes em uma proporção cujos percentuais de condenações pelo juiz estão aí e podem ser consultados por todos”, afirmou.
Também enfatizou que "a exposição grotesca que acontece atualmente na cidade de Toledo é insultante” e aqueles que estão a favor desta mostra utilizam “argumentos” como “quem se diz santa mãe igreja não cuida de seus filhos, e ampara abusos e estupros de crianças, tanto por parte de bispos, como de cardeais e inclusive papas”.
Dom Rodríguez assinalou que a pedofilia e os casos provados de sacerdotes que tenham cometido este crime são absolutamente inaceitáveis, assim como também é inaceitável “condenar sem ter segurança e deixando-se levar por tópicos ou pelo que determinados meios de comunicação inventam”.
Indicou que não está querendo defender que "os filhos da Igreja fazem tudo perfeito, não pecam nunca e que não haja condutas que precisam ser rejeitadas com toda a força da que somos capazes: condutas como a pedofilia em alguns sacerdotes e pessoas vinculadas às instituições eclesiais”.
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O Arcebispo de Toledo lembrou que "a pederastia é problema de toda a sociedade espanhola e sabemos em que áreas é mais frequente: família, centros esportivos e outros".
"Eu gostaria de fazer uma distinção entre aqueles que não pertencem à Igreja ou estão afastados dela, pois não compartilham nada, ou muito pouco com ela, dentro do respeito normal em uma sociedade plural, e aqueles que exibem esta série de insultos abusivos e sem provas”, assegurou.
Ressaltou que “respeita os primeiros”, mas aos segundos, “tenho que dizer simplesmente que insultam a si mesmos, por mais que achem que estão na linha de frente do pensamento crítico. Não o demostram”.
"A percentagem daqueles que abusaram de menores é tão baixa em relação à população espanhola, que é um insulto à inteligência fazer afirmações que não são verdadeiras, embora realmente existam sacerdotes pedófilos, mas em um nível muito baixo em relação à população espanhola”, explicou.
O que é o Neopaganismo?
Segundo o Prelado, muitas das novas "culturas" que surgem na sociedade de hoje "são muito ativas e em muitas ocasiões querem afirmar que a Igreja Católica se tornou inimiga, em todo o caso oposta, do mundo e da vida”.
Afirmou que essas culturas aparecem "como um cântico ao amor e à beleza, à juventude, ao sexo livre, à ideologia de gênero (que não é, como se sabe, a igualdade entre os sexos), abertas às delícias do prazer e aos deleites refinados". "E com outra característica: aqueles que pensam assim ficam surpresos que esse "seu credo" não seja aceitável para os católicos", expressou.
"Amar a vida, gozar do corpo e da beleza do mundo, desenvolver a inteligência e a sensibilidade, criticar situações" são aspectos atrativos do programa que esta nova cultura neopagã propõe, disse Dom Rodríguez.
"Mas acontece, não raramente, que essas formas de ver o mundo e nossa sociedade lançam acusações inaceitáveis em relação à fé ou à Igreja Católica, que são pouco objetivas", afirmou.
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— ACI Digital (@acidigital) June 22, 2019