Através de um comunicado, a Conferência do Episcopado Mexicano (CEM) informou “com grande alegria” a aprovação do Beato Anacleto González Flores como Padroeiro dos Leigos Mexicanos.

Os bispos indicaram que esta decisão foi tomada pela Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos através de um decreto datado de 11 de julho.

Do mesmo modo, a votação ocorreu durante a 103ª Assembleia Plenária da Conferência do Episcopado Mexicano, na qual se declarou por unanimidade o Beato como “Padroeiro dos Leigos”, e instituiu-se a celebração do Dia do Leigo no terceiro fim de semana de novembro, coincidindo com a festa de Cristo Rei.

“Na alegria da oração, confiamo-nos ao novo Padroeiro dos Leigos. Que o exemplo do seu amor dedicado a Deus nos recorde que o caminho da santidade é um martírio vivificante, que é possível, somente graças à força de Deus”, expressou a CEM.

O jovem mártir nasceu em Tepatitlán, Jalisco (México), em 13 de julho de 1888, em um ambiente de extrema pobreza. Três anos depois de participar dos Exercícios Espirituais, o beato entrou no seminário auxiliar de San Juan de los Lagos, onde desenvolveu um vasto conhecimento científico e ganhou o apelido de "Mestre Cleto" por substituir o professor quando este estava ausente.

Mais tarde, entendeu que sua vocação não era ser sacerdote e ingressou na Escola Livre de Leis. Além disso, destacou-se como um "notável pedagogo, orador, catequista e líder social cristão, tornou-se um defensor leigo dos católicos de Guadalajara". Além disso, inspirado na encíclica Rerum novarum do Papa Leão XIII, organizou sindicatos católicos e motivou a realização de círculos de estudo.

Nas primeiras décadas do século XX, as tensões entre a Igreja e o Estado mexicano desencadearam a Guerra Cristera.

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A Constituição de 1917 restringia o culto público e limitava o número de sacerdotes, enquanto leis como a Lei Calles, promulgada por Plutarco Elías Calles, reforçariam as proibições contra a Igreja. Os sacerdotes não podiam usar suas vestimentas religiosas nas ruas, as congregações religiosas foram suprimidas, assim como o ensino da religião nas escolas.

Consequentemente, as igrejas suspenderam os cultos em 31 de julho de 1926, fazendo com que milhares de moradores de diferentes cidades do México se levantassem contra o governo. Esses fatos são narrados no filme mexicano "Cristiada", que reflete essa luta pelo direito à liberdade de culto no país.

González, interpretado no filme pelo ativista pró-vida Eduardo Verástegui, foi martirizado durante a Guerra Cristera por defender a liberdade religiosa. “Eu morro, mas Deus não morre. Viva Cristo Rei!”, foram suas últimas palavras.

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