Vaticano, 1 de ago de 2019 às 08:54
A Congregação para a Evangelização dos Povos (Propaganda Fide) do Vaticano instituiu oficialmente o Seminário Redemptoris Mater para a evangelização na Ásia, com sede em Macau, região autônoma da China continental, e confiou sua direção ao Caminho Neocatecumenal.
O seminário ou colégio foi criado por um decreto assinado pelo Cardeal Fernando Filoni, prefeito da Congregação, em 29 de junho, após audiência com o Papa Francisco.
O seminário abrirá em setembro e seus primeiros estudantes serão provenientes de diversas nações do mundo.
Este novo seminário é "o fruto da criatividade apostólica que olha para evangelização naquele continente e expressa um desejo de descentralização da Congregação da Propaganda Fide", disse o Cardeal Fernando Filoni, Prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, em uma entrevista concedida à agência vaticana Fides.
O Purpurado explicou que, embora o colégio esteja em Macau, não dependerá do Bispo local, Dom Stephen Lee Bun Sang, que consultou os seus sacerdotes antes de confirmar a disponibilidade da diocese para acolher o novo seminário.
O novo colégio dependerá diretamente da Congregação para a Evangelização dos Povos.
Os sacerdotes que serão formados no colégio serão diocesanos. A propósito, o Cardeal explicou que "não pertencem a uma fraternidade apostólica ou a um instituto religioso e, ao final do seu percurso de formação, serão incardinados nas várias dioceses de destino, de acordo com as necessidades e solicitações dos bispos asiáticos".
Esta iniciativa procura responder ao chamado de São João Paulo II e do Papa Francisco para evangelizar a Ásia, com a colaboração do Caminho Neocatecumenal, que “colocou-se à disposição da Congregação de ‘Propaganda Fide’, que tem a direta responsabilidade jurídica do Colégio, a sua já longa experiência na formação de futuros sacerdotes para a missão na Ásia”.
O Cardeal Filoni explicou que Macau foi escolhida como sede do novo seminário porque esta cidade “representou historicamente a ‘porta’ ou uma ponte para a missão da Igreja no Oriente. Nos séculos passados, foi um lugar de atração cultural e religiosa, como território governado pela coroa portuguesa”.
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“Missionários extraordinários como Matteo Ricci, Alessandro Valignano, Francisco Xavier e tantos outros evangelizadores passaram por essa ‘porta’ para a missão na Ásia. Basta pensar que em 1576, recém-erigida, a Diocese de Macau se estendia, pelo menos no papel e por um certo tempo, à China, ao Japão, ao atual Vietnã e ao arquipélago malaio, como era chamado”, explicou.
“Confiemos esta obra às mãos de Maria, Mãe do Redentor, e a São José, Custódio da Sagrada Família de Nazaré. E peçamos a intercessão dos Santos e Mártires que deram suas vidas pela propagação do Evangelho na Ásia”, concluiu.
Macau é uma das duas regiões administrativas especiais que, junto com as 22 províncias, cinco regiões autônomas e quatro municípios, compõem a República Popular da China.
Macau foi administrada pelo Império Português e seus estados herdeiros desde meados do século XVI até o final de 1999, quando sua soberania foi transferida para a China.
O novo seminário em Macau abrirá as suas portas um ano após a assinatura do acordo provisório entre a China e o Vaticano para a nomeação de bispos; e em meio às pressões da Associação Patriótica Católica Chinesa, dominada pelo Partido Comunista, que assedia os fiéis católicos que querem manter sua fidelidade a Roma.
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