MADRI, 16 de ago de 2005 às 12:31
Após das brigas registradas o passado domingo em São Sebastián ao término da manifestação proibida de Batasuna, o Bispo de São Sebastián, Dom Juan María Uriarte, censurou os atos violentos que deixaram um saldo de sete detidos e uma dezena de feridos, ao tempo que reiterou seu chamado à paz e a reconciliação.
“Ninguém tem direito a entorpecer e obstaculizar o desfrute e o descanso das festas”, disse o Prelado em língua basca, embora sem citar a ninguém expressamente, durante a Missa da Assunção de María. Do mesmo modo, pediu a Deus que para as festas do próximo ano “conheçamos a paz” no País Basco.
“Durante o ano há tempo para tudo, para trabalhar e descansar, para reivindicar os direitos, para chorar e rir, para assumir responsabilidades e desprender-se delas, para mostrar e ocultar as diferenças”, disse o Prelado em sua homilia após da manifestação convocada pelo ilegalizado agrupamento por seus vínculos com a banda terrorista Euzkadi Ta Azkatasuna (ETA) e que teve lugar na Parte Velha da cidade.
“Nestas festas, peçamos a Deus que as festas do próximo ano conheçamos a paz e que por meio dela trabalhemos na reconciliação de nosso povo”, disse o Prelado na sua homilia, também pronunciada em castelhano.
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Finalmente, Dom Uriarte pediu que “por duras que sejam às vezes as circunstâncias sociais e pessoais, não percamos nunca nossa esperança”, como não o fez a Virgem María. “Aprendamos como ela a confiar plenamente em Deus e a pôr em suas mãos nosso futuro, o futuro de nosso povo, de nossa Igreja e de todo aquilo que amamos e nos preocupa”, concluiu.
Na Missa participaram a porta-voz do Governo basco, Miren Azkarate, e grande parte da corporação municipal donostiarra.
Depois que em agosto de 2002 o Congresso espanhol insistisse ao Tribunal Supremo a deixar fora da lei o “partido independentista” Batasuna, o Tribunal Supremo notificou em março de 2003 a sentença que ilegalizava a esta formação –assim como ao Euskal Herritarrok e HB–, e ordenava o afastamento imediato de suas atividades.
De forma paralela, o juiz da Audiência Nacional Baltasar Garzón, decretou a suspensão das atividades e o fechamento das sedes de formação. A Fiscalia Geral do Estado também pediu a ilegalização de Batasuna por ser o braço político do ETA.