REDAÇÃO CENTRAL, 6 de ago de 2019 às 13:00
O mês de agosto tem vários dias importantes no calendário da Igreja, incluindo as festividades de santos que têm muitas coisas em comum: alguns pares de santos têm vidas e até características muito semelhantes, como veremos abaixo.
Santos da penitência: Afonso Maria de Ligório e João Maria Vianney
Nos primeiros dias de agosto são celebradas as festas de Santo Afonso Maria de Ligório (1º de agosto) e São João Maria Vianney (4 de agosto), conhecido como Santo Cura d’Ars.
Ambos são reconhecidos por serem modelos de zelo e por levar os católicos ao sacramento da Confissão. Doutor da Igreja e fundador dos Redentoristas, Afonso obteve um doutorado em Direito aos 16 anos. Em 1723, no entanto, perdeu um caso muito importante e abandonou essa carreira para se tornar sacerdote. Em 1745, escreveu suas primeiras obras devocionais e, em 1748, publicou a primeira edição de seu guia de Teologia Moral. Afonso é classificado como um dos maiores teólogos morais da história da Igreja. Em 1950, o Papa Pio XII o declarou padroeiro dos confessores e teólogos morais.
Por sua vez, o Cura d’Ars também é honrado como um dos mais importantes confessores e padroeiro dos párocos. Filho de fazendeiros perto de Lyon (França), as terríveis guerras de Napoleão Bonaparte impediram que ele entrasse no seminário. Quando finalmente pôde estudar para o sacerdócio, seu progresso foi prejudicado por sua total incapacidade de aprender latim. Finalmente, ordenado por causa de sua bondade, foi enviado ao pequeno povoado de Ars, em Villars-les-Dombes, onde seus superiores supunham que ele não iria prejudicar.
As pessoas começaram a ir ao povoado para se confessar, buscando seus conselhos e suas pregações. Com o tempo, passava até 18 horas por dia no confessionário. Como Afonso, que foi finalmente expulso da própria congregação que fundou, Vianney ganhou a inveja de alguns sacerdotes que reclamaram com o bispo, dizendo que ele era maluco ou mentalmente instável. O famoso bispo respondeu que queria que todos os seus sacerdotes sofressem da mesma loucura. O Cura d’Ars morreu enquanto ouvia um pecador arrependido.
Santos do campo de concentração: Edith Stein e Maximiliano Kolbe
Nos dias 9 e 14 de agosto, respectivamente, celebramos dois santos que foram vítimas do horror nazista e que são santos da era moderna: Santa Edith Stein e São Maximiliano Kolbe.
Santa Edith, também conhecida como Irmã Teresa Benedita da Cruz, foi uma convertida do judaísmo, monja carmelita, filósofa, escritora espiritual. Nascida em uma família judia, fez uma longa e escura viagem de abandonar o judaísmo pelo ateísmo e depois encontrar seu caminho ao catolicismo através da filosofia. Abraçou o catolicismo depois de estudar a filosofia da fenomenologia, o tomismo e a leitura da autobiografia de Santa Teresa d’Ávila. Entrou nas Carmelitas em 1934 e foi transferida da Alemanha para a Holanda em 1938, para escapar dos nazistas. Em 1942, no entanto, com a Alemanha ocupando a Europa Ocidental, foi presa junto com a sua irmã Rosa (também convertida) como parte do decreto nazista contra todos os católicos não arianos. Morreu em uma câmara de gás naquele mesmo mês de agosto. O Papa São João Paulo II a canonizou em 1998 e, no ano seguinte, nomeou-a copadroeira da Europa, com Santa Brígida da Suécia e Santa Catarina de Sena.
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São Maximiliano foi um sacerdote franciscano, teólogo e mártir. Nascido na Polônia, ingressou no convento franciscano em 1907, estudou em Roma e foi ordenado sacerdote em 1918. Como Santa Edith, tinha um intelecto notável e era um talentoso matemático e cientista, além de jornalista. Ganhou o ódio dos nazistas por causa de seus escritos e, quando a Polônia caiu em setembro de 1939, Kolbe foi preso várias vezes e finalmente enviado para Auschwitz. Como prisioneiro, foi torturado pelos guardas da SS por ser um sacerdote católico, mas nunca parou de ajudar seus companheiros de prisão. Morreu em 14 de agosto de 1941, depois de tomar o lugar de Franciszek Gajowniczek, um sargento do exército polonês que era casado e havia sido condenado à morte.
Santos que são parentes: Santa Mônica e Santo Agostinho
O final de agosto tem duas festividades consecutivas, a de Santa Mônica (27 de agosto) e a de seu filho Santo Agostinho (28 de agosto).
Durante vários anos e muitas lágrimas, Santa Mônica rezou para que seu filho, brilhante, mas rebelde, caísse em si e se arrependesse de sua vida libertina com a qual desperdiçava sua inteligência. Nunca deixou de rezar e esperar e, ao final, suas orações foram respondidas. A conversão final de seu filho ocorreu com a influência de Santo Ambrósio de Milão e ela estava lá para testemunhar o batismo pelas mãos de Ambrósio. Morreu em Óstia, perto de Roma, em 27 de agosto de 387.
Agostinho é considerado o maior dos Padres da Igreja Ocidental, exerceu uma enorme influência na formação da teologia cristã e da civilização ocidental. Nada disso teria acontecido se sua mãe o tivesse abandonado.
Publicado originalmente em National Catholic Register.
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— ACI Digital (@acidigital) July 30, 2019