BOGOTÁ, 23 de ago de 2019 às 12:00
Diego Omar Peña Navia é o jovem seminarista que sofre de uma doença terminal e foi ordenado sacerdote na quinta-feira, 22 de agosto, graças a uma autorização especial concedida pela Santa Sé.
Cortesia: Assessoria de Imprensa - Diocese de Garzón
Em relação a como a doença une Peña ao Senhor, assim como a importância desse fato para a comunidade, o Bispo de Garzón (Colômbia), Dom Fabio Duque Jaramillo, afirmou ao Grupo ACI que "todos os acontecimentos que vivemos, quando o fazemos a partir de uma experiência de fé, tornam palpável a proximidade de Deus".
“Isso se faz palpável no que Diego Omar vive hoje. Nossa própria vida, com todos os seus sofrimentos, é a melhor ocasião para nos associarmos à morte e ressurreição do Mestre”, assegurou sobre a cerimônia realizada no dia 22 de agosto.
Durante a sua homilia, Dom Duque destacou que Peña é chamado a anunciar esperança em meio ao seu sofrimento, onde Deus está sempre presente.
Cortesia: Assessoria de Imprensa - Diocese de Garzón
"A única coisa que queremos confirmar é a maturidade na fé desse irmão, que lhe permite continuar associando seu sofrimento colocando ali, em sua própria realidade, assumindo em seu próprio corpo o sofrimento de Jesus", comentou.
A ordenação sacerdotal aconteceu nesta quinta-feira, na igreja Catedral de São Miguel Arcanjo de Garzón, pertencente à Diocese de Garzón, e contou com a presença de centenas de fiéis, familiares e amigos.
Peña Navia foi ordenado diácono em 21 de agosto, na capela do Seminário Maior Diocesano.
Pe. Diego Peña em sua ordenação diaconal. Cortesia: Assessoria de Imprensa - Diocese de Garzón
O Bispo também incentivou os fiéis a compreenderem o significado deste acontecimento, lembrando que a ordenação não foi realizada para que Peña possa celebrar a Missa antes de morrer.
“A ordenação não tem como objetivo que ele possa celebrar uma Eucaristia. A razão de ser é que esta ordenação não é simplesmente para esta vida, esta ordenação é também para a vida eterna”, enfatizou o Prelado.
Do mesmo modo, refletiu que "ninguém tem a morte como sua vocação". "Como é difícil para nós comprovar a partir de nossa experiência de fé que a morte é apenas um passo, e que, com isso, o definitivo começa", assegurou.
Cortesia: Assessoria de Imprensa - Diocese de Garzón
Nesse sentido, assinalou que é a esperança que os reúne e que a fé ajuda a "afirmar a vontade de Deus nos acontecimentos da vida". "Custa-nos renunciar ao nosso projeto de vida e assumir o projeto de vida de Deus, que carrega os fios da nossa própria história", assegurou.
“Você, querido filho Diego Omar, que será ordenado sacerdote, será infundido na parte que corresponde a função de ensinar em nome de Cristo. Transmita a todos a palavra de Deus que recebeu com alegria, não a sua palavra. Ao meditar sobre a lei do Senhor, tente acreditar no que lê, ensinar o que lê e praticar o que ensina. Que seu ensinamento, sobretudo com a sua vida, seja alimento para o povo de Deus. Que sua história seja um estímulo para os discípulos de Cristo, para que, com sua palavra e seu exemplo, a casa que é a Igreja de Deus seja construída”, disse durante sua homilia.
Cortesia: Assessoria de Imprensa - Diocese de Garzón
Sua vocação
Em declarações ao Grupo ACI, o Bispo de Garzón explicou que o jovem de 31 anos teve um primeiro episódio da doença muitos anos antes de entrar no seminário.
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“Os médicos certificaram que não havia mais nenhum vestígio em seu organismo do tumor que tinham encontrado. O início da doença começou há oito ou nove anos”, manifestou.
Segundo o Prelado, o jovem estava muito longe da fé e de qualquer experiência cristã antes de conhecer os primeiros sintomas de sua doença.
Cortesia: Assessoria de Imprensa - Diocese de Garzón
No entanto, esta logo se manifestou. O Bispo disse que foi o processo e a superação de sua doença naquele momento que o levou a "buscar uma proximidade com Deus e a Igreja".
"Começou a frequentar e participar das celebrações litúrgicas que aconteciam em seu bairro e lentamente começou a experimentar o que reconheceu como 'um chamado muito forte do Senhor, manifestado de várias maneiras', para o ministério sacerdotal na Igreja" comenta Dom Duque.
No entanto, Peña sempre resistiu em reconhecer o chamado do Senhor. "Sempre resistiu e não demonstrava muito interesse em responder às suas inquietações, ignorando o que ele considerava acontecimentos precisos, nos quais hoje reconhece o Senhor que o chamava", disse.
Assim, há cinco anos, decidiu se aproximar da pastoral vocacional da Diocese de Garzón. Naquela ocasião, "os exames indicavam que não havia vestígios da doença".
Cortesia: Assessoria de Imprensa - Diocese de Garzón
Durante esses anos, recebeu o acompanhamento de que precisava para discernir seu caminho, mostrando "sinais de crescimento na fé".
“Ao longo desses cinco anos de seminário, o jovem Diego Omar apresentou sinais de crescimento na fé e, durante um ano e meio, quando a doença reapareceu, distinguiu-se por enfrentar esse momento tão difícil com uma profunda união de seu sofrimento com a paixão de Cristo e fazendo palpável uma invejável serenidade diante da realidade da morte”, afirmou o Bispo.
Devido a estes sinais de maturidade, Dom Duque o considerou apto para ser ordenado diácono e depois sacerdote, por isso consultou a Santa Sé.
Cortesia: Assessoria de Imprensa - Diocese de Garzón
"Tratando-se de um caso particular, sabendo que é uma corrida contra o tempo e tendo tomado a decisão final há apenas uma semana, a preparação imediata teve que ser acelerada", assegurou o Prelado.
Do mesmo modo, indicou que o jovem seminarista esteve se preparando para receber a ordenação sacerdotal através de intensos exercícios espirituais.
"A reflexão guiada, a oração e a escuta intensa da Palavra de Deus é o que lhe dará a preparação para este momento tão definitivo da sua vida", enfatizou o Bispo.
Cortesia: Assessoria de Imprensa - Diocese de Garzón
Confira também:
Seminarista com doença terminal será ordenado sacerdote https://t.co/wmkWmX6F9P
— ACI Digital (@acidigital) August 20, 2019