O Papa Francisco rezou diante do túmulo do Beato Père Jacques-Désiré Laval, conhecido como "o apóstolo dos negros", durante sua viagem apostólica em Maurício, nesta segunda-feira, 9 de setembro.

Depois de celebrar a Santa Missa no Monumento de Maria, Rainha da Paz e almoçar com os bispos da Conferência Episcopal do Oceano Índico (CEDOI), o Santo Padre fez uma visita privada ao Santuário do Beato Padre Jacques Laval, conhecido como “o apóstolo dos negros”, porque se dedicou à evangelização dos nativos de Maurício.

Durante sua visita, o Santo Padre deixou um buquê de flores em frente ao túmulo e fez uma oração silenciosa por vários minutos.

Pe. Jacques-Désiré Laval foi um missionário francês que chegou a Maurício em 1841 e evangelizou os escravos libertos. Fundou vários hospitais para tratar as epidemias de cólera de 1854, 1857 e 1862.

Também fundou escolas, construiu capelas para promover a formação espiritual e a integração social da população. Morreu em 9 de setembro de 1864 e foi beatificado por São João Paulo II, em 29 de abril de 1979.

O legado do Beato Laval

O Papa Francisco destacou, nesta segunda-feira, a importância da herança do Beato Jacques-Désiré Laval para a Ilha Maurício durante a Missa que presidiu a milhares de fiéis, não apenas do país, mas também de regiões próximas.

“Sabia que evangelizar implica fazer-se tudo para todos: aprendeu a língua dos escravos recém-libertados e anunciou-lhes de maneira simples a Boa Nova da salvação”, explicou o Papa durante a homilia.

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Assim, o Beato Laval "soube reunir os fiéis, formá-los para empreender a missão e criar pequenas comunidades cristãs em bairros, cidades e aldeias vizinhas; muitas daquelas pequenas comunidades estão na origem das paróquias atuais".

Além disso, Francisco destacou que Pe. Laval diria aos jovens e "a quantos como eles se sentem sem voz porque estão mergulhados na precariedade" o anúncio do profeta Isaías: “Irrompei em cânticos de alegria, porque o Senhor consola o seu povo, com a libertação de Jerusalém’”.

Por último, o Pontífice afirmou que o Beato Laval "também experimentou momentos de decepção e dificuldade com a comunidade cristã, mas por fim triunfou o Senhor no seu coração".

“Teve confiança na força do Senhor. Deixemos que esta força toque o coração de muitos homens e mulheres desta terra; deixemos que toque também os nossos corações de modo que a sua novidade possa renovar a nossa vida e a vida da nossa comunidade. Não esqueçamos que Aquele que tem a força de chamar, Aquele que constrói a Igreja, é o Espírito Santo”, concluiu o Papa.

Depois de rezar por vários minutos com profunda devoção e silêncio, o Santo Padre cumprimentou 12 doentes e 20 familiares de dependentes químicos, que vivem na "Casa A", administrada por um diácono permanente e sua esposa.

Ao concluir a visita, o Papa Francisco foi de carro ao Palácio Presidencial, onde realizou uma visita de cortesia ao presidente da República, reuniu-se com o primeiro-ministro em particular e depois pronunciou um discurso perante as autoridades civis e o corpo diplomático.

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