BARCELONA, 18 de ago de 2005 às 14:08
O Arcebispo de Barcelona, Dom. Lluís Martínez Sistach, advertiu que a lei de “casamento” entre homossexuais aprovada na Espanha dará uma “configuração diferente” à sociedade espanhola ao “ter modificado a instituição do matrimônio, reconhecida em todo mundo como a união de um homem e uma mulher”.
O Prelado catalão advertiu que a incidência que terá esta lei “será muito negativa” para a sociedade espanhola. Para o Arcebispo, o matrimônio “é a célula da sociedade e o bem das pessoas –do casal, mas, principalmente, dos filhos– depende muitíssimo da saúde e normalidade do matrimônio e da família”.
“Não podemos esquecer que as leis não são neutras e que, a curto ou longo prazo, configuram a convivência social”, acrescentou Dom. Martínez Sistach em uma entrevista publicada pela agência EFE.
Do mesmo modo, o Arcebispo ofereceu alguns alcances sobre a Região Eclesiástica Catalã, a evangelização na sociedade secularizada e o Papa Bento XVI e os jovens.
Sobre o próximo reconhecimento da Região Eclesiástica Catalã por parte da Santa Sé, o Prelado sublinhou que este fato “será muito conveniente para facilitar o trabalho pastoral conjunto”.
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Segundo o sucessor do Cardeal Ricard María Carles à frente da arquidiocese catalã, além disso, “a região dará um marco institucional que não tínhamos e vinculará juridicamente às diocese das duas províncias eclesiásticas (a Tarraconense e a de Barcelona), mas o que vale mais é o trabalho coordenado que estamos fazendo as dez diocese que têm sede na Cataluña”. Se deu a conhecer que, por exemplo, a aprovação da região possibilitaria a realização de convênios com as autoridades civis da comunidade autônoma.
Sobre o secularismo presente, o Arcebispo reconheceu que “é difícil anunciar explicitamente Jesus Cristo, quando homens e mulheres vivem como se Deus não existisse, em um processo de relativismo crescente e com muito pouco ou nada sentido da trascendência”. Entretanto, Dom. Martínez Sistach recordou que “aquilo que para os homens é impossível, é possível para Deus. A evangelização não a fazemos sozinhos. Jesus Cristo ressuscitado trabalha em nós, ele tem o protagonismo”.
Ao referir-se ao caso da Catalunha, o Arcebispo assegurou que o trabalho evangelizador se está fazendo nas paróquias, as escolas cristãs, os movimentos de sempre ou em associações cristãs no campo da pobreza e a marginalização. Em sua opinião, toda esta tarefa “tem um raio de incidência que interpela e que oferece a boa nova de Jesus, que é o amor salvador de Deus”.
Por último, o Arcebispo espera que, com o novo Papa Bento XVI, siga a relação jovens “que são o futuro da Igreja e da humanidade”.