Vaticano, 18 de set de 2019 às 18:00
A Sala de Imprensa do Vaticano informou que dois sacerdotes italianos acusados de abusos sexuais serão julgados novamente.
“O Promotor de Justiça do Tribunal do Estado do Vaticano, com disposições de 16 e 17 de setembro, solicitou o reenvio a julgamento de Pe. Gabriele Martinelli, acusado de abusos sexuais que teriam ocorrido no Pré-Seminário São Pio X em anos anteriores a 2012, e Pe. Enrico Radice, reitor do Pré-seminário na época desses eventos com a acusação de cumplicidade”, assinala um comunicado divulgado em 17 de setembro.
"As investigações foram feitas em novembro de 2017, após algumas notícias publicadas pela mídia", continua o texto.
“Embora os fatos denunciados tenham ocorrido nos anos em que a lei vigente no momento impedia que o processo, em ausência de denúncia da pessoa ofendida, fosse realizado dentro de um ano dos fatos em disputa, o reenvio a julgamento foi possível em virtude de uma disposição especial do Santo Padre, de 29 de junho passado, que eliminou a causa de improcedência”, conclui o comunicado.
Kamil Jarzembowski, que em 2012 era aluno do Pré-seminário São Pio X, acusou Pe. Martinelli de abusar sexualmente de seu companheiro de quarto durante cinco anos.
Em 2018, essa acusação foi divulgada por Associated Press (AP), enquanto a imprensa italiana informou sobre o caso em 2017. O tratamento inicial dado pelo Vaticano foi criticado, pois Jarzembowski saiu do seminário enquanto o suposto abusador foi ordenado sacerdote em 2017.
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Em julho deste ano, o ex-núncio Carlo María Viganò acusou vários bispos e o Papa Francisco de encobrir o caso, mas não mencionou que a Igreja iniciou uma investigação canônica sobre a acusação, depois que a suposta vítima fez a denúncia pessoalmente.
O Papa Francisco também estabeleceu algumas regras para denunciar os abusos sexuais e seu encobrimento no Estado da Cidade do Vaticano, após a cúpula mundial dos bispos realizada no final de fevereiro de 2019.
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— ACI Digital (@acidigital) September 17, 2019