O Papa Francisco enviou, nesta segunda-feira, uma mensagem de vídeo aos participantes da Cúpula do Clima, realizada na sede da ONU, em Nova York, pedindo que as palavras "honestidade, coragem e responsabilidade" estejam no centro de seu trabalho em favor do cuidado do planeta.

No vídeo, o Papa se dirige aos quase 60 líderes mundiais que participam da Cúpula do Clima, realizada nos dias 23 e 24 de setembro, e que foi convocada pelo secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, para abordar a situação do Acordo de Paris de 2015.

Em sua mensagem, Francisco destacou que, “com o Acordo de Paris de 12 de dezembro de 2015, a comunidade internacional tomou consciência da urgência e necessidade de dar uma resposta coletiva para colaborar na construção de nossa casa comum. No entanto, passados quatro anos desse histórico acordo, observa-se como os compromissos assumidos pelos Estados ainda são muito ‘fracos’ e distantes de alcançar os objetivos previstos".

O Santo Padre ressaltou que “junto a tantas iniciativas, não apenas por parte dos governos, mas de toda a sociedade civil, é necessário perguntar se existe uma verdadeira vontade política para destinar mais recursos humanos, financeiros e tecnológicos para suavizar os efeitos negativos das mudanças climáticas e ajudar as populações mais pobres e vulneráveis, que são as que mais sofrem”.

“Com honestidade, responsabilidade e coragem, temos que colocar nossa inteligência 'a serviço de outro tipo de progresso mais saudável, mais humano, mais social, mais integral', que seja capaz de colocar a economia a serviço da pessoa humana, construir a paz e proteger o meio ambiente”, disse.

Francisco afirmou que, “embora a situação não seja boa e o planeta sofra, a janela para uma oportunidade ainda está aberta: ainda, ainda há tempo. Não deixemos que se feche. Vamos abri-la com nossos esforços para cultivar um desenvolvimento humano integral, para garantir às gerações futuras uma vida melhor”.

“O futuro é deles, não nosso. ‘Enquanto a humanidade do período pós-industrial talvez seja lembrada como uma das mais irresponsáveis ​​da história, é de se esperar que a humanidade do início do século XXI possa ser lembrada por ter assumido generosamente suas graves responsabilidades’", expressou, citando trechos de sua encíclica Laudato si'.

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O Papa Francisco disse que “o problema das mudanças climáticas está relacionado a questões que têm a ver com a ética, a equidade e a justiça social. A atual situação de degradação ambiental está ligada à degradação humana, ética e social e como experimentamos cada dia. E isso nos obriga a pensar sobre o significado de nossos modelos de consumo e de produção, e nos processos de educação e de conscientização para fazer com que sejam coerentes com a dignidade humana”.

"Estamos diante de um 'desafio de civilização' em favor do bem comum. E isso é claro, pois também é claro que temos uma multiplicidade de soluções que estão ao alcance de todos, se adotarmos em nível pessoal e social um estilo de vida que encarne a honestidade, a coragem e a responsabilidade”, afirmou.

Por isso, pediu aos participantes que “essas três palavras-chave: honestidade, coragem e responsabilidade, ocupem um lugar central em seus trabalhos de hoje e de amanhã, que acompanho daqui com meus melhores desejos e com minha oração. Muito obrigado".

O Acordo de Paris é um tratado no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a mudança climática que estabelece medidas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. O acordo seria aplicado até o final de 2020, quando finaliza a vigência do Protocolo de Kyoto.

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