Vaticano, 3 de out de 2019 às 10:42
Nesta quinta-feira, 3 de outubro, realizou-se uma coletiva de imprensa na Sala de Imprensa do Vaticano na qual informou-se sobre as cifras, o método e a forma de trabalho do Sínodo da Amazônia que acontecerá de 6 a 27 de outubro, em Roma, com o tema: “Amazônia: Novos Caminhos para a Igreja e para uma Ecologia Integral”.
O Secretário-Geral do Sínodo dos Bispos, Cardeal Lorenzo Baldisseri, explicou que, no total, 185 padres sinodais participam do Sínodo. “136 deles participam ex officio. Destes, 113 pertencem às circunscrições eclesiais pan-amazônicas, 13 chefes de dicastérios. Há também 15 religiosos eleitos pela União dos Superiores Gerais e 33 membros de nomeação pontifícia”, ou seja, nomeados pessoalmente pelo Papa Francisco.
Entre os padres sinodais, continuou o Purpurado, "há 28 cardeais, 29 arcebispos, 62 bispos, 7 bispos auxiliares, 27 vigários apostólicos, 10 bispos prelados, 21 membros não bispos". Deles, continuou, 3 são das Antilhas, 6 da Venezuela, 13 da Colômbia, 7 do Equador, 57 do Brasil, 11 da Bolívia e 10 do Peru.
No Sínodo também haverá “12 convidados especiais e 25 especialistas nomeados por suas competências específicas em vários campos. Eles colaboram com o Relator Geral e com os Secretários Especiais de acordo com os temas a serem tratados”.
Os auditores, homens e mulheres, são 55 no total, incluindo vários operadores pastorais, principalmente da região Pan-amazônica.
O Cardeal Baldisseri também destacou que, no total, 35 mulheres participarão do Sínodo: "2 são convidadas especiais, 4 especialistas, das quais duas são religiosas, e 29 auditoras, das quais 18 são religiosas".
“O foco desta assembleia especial para a Região Pan-amazônica é duplo e foi indicado com precisão pelo Santo Padre no ato de sua convocação (em outubro de 2017). Trata-se de identificar ‘novos caminhos para a evangelização daquela porção do Povo de Deus, especialmente dos indígenas, frequentemente esquecidos e sem perspectivas de um futuro sereno, também por causa da crise da Floresta Amazônica, pulmão de capital importância para nosso planeta’".
Entre algumas das iniciativas do Sínodo para incentivar o cuidado da criação, o Cardeal explicou que “o uso do plástico foi limitado o máximo possível. Por isso, os copos que serão utilizados serão feitos de material biodegradável, a bolsa com o material de trabalho que será entregue aos participantes é feita de fibra natural”.
Por sua vez, o Cardeal Claudio Hummes, Relator Geral do Sínodo, se referiu à importância do Sínodo diante da “grave e urgente crise socioambiental da qual fala a Laudato si': a crise climática, ou seja, o aquecimento global pelo efeito estufa, a crise ecológica em consequência da degradação, contaminação, depredação e devastação do planeta, em especial na Amazônia; e a crescente crise social de uma pobreza e miséria gritante que atinge grande parte dos seres humanos e, na Amazônia, especialmente os indígenas, os ribeirinhos, os pequenos agricultores e os que vivem nas periferias das cidades amazônicas e outros”.
Em seguida, o Cardeal brasileiro disse que "a missão da Igreja na Amazônia é evangelizar, ou seja, anunciar Jesus Cristo e seu Reino e, consequentemente, cuidar da 'casa comum'. Basicamente, trata-se de cuidar e defender a vida, tanto de todos os seres humanos, quanto da biodiversidade. Jesus disse: ‘Eu vim para que todos tenham vida, e a tenham em abundância’” (Jo 10,10).
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Como será o método do Sínodo da Amazônia?
Dom Fabio Fabene, Subsecretário do Sínodo dos Bispos, explicou que durante o Sínodo da Amazônia “os trabalhos serão introduzidos por uma apresentação do Secretário-Geral que ilustrará o percurso sinodal. Em seguida, haverá a apresentação do Relator Geral que apresentará os conteúdos que emergiram na fase preparatória e traçará os argumentos principais para a discussão na Sala e nos Círculos Menores”.
Os círculos menores são os grupos de discussão nos quais os Padres Sinodais se dividem para tratar os temas do Sínodo. Geralmente são criados de acordo com o idioma dos participantes.
Dom Fabene indicou ainda que, nesta ocasião, “não será feita a tripla divisão das partes em ver-julgar-atuar, mas este método se encontrará em vários temas de discussão. As intervenções na Sala dos Padres Sinodais, dos auditores e dos delegados fraternos e dos convidados especiais terão uma duração de quatro minutos. Ao final de cada jornada, nas quais acontecerão as congregações gerais, haverá um tempo para os pronunciamentos livres dos Padres Sinodais”.
O Prelado continuou: “os círculos menores apresentarão suas contribuições que, junto com as intervenções na sala, permitirão que o Relator Geral, ajudado pelos Secretários Especiais, elabore o primeiro projeto do documento final do Sínodo. Depois disso, será proposto à Sala, onde serão propostas emendas ao texto final, que será votado pela assembleia”.
Dom Fabene também explicou que nas redes sociais oficiais de Vatican News e do Sínodo, a hashtag #SínodoAmazônico será usada “em diferentes idiomas para ter informações adequadas” sobre o evento.
“Como nos últimos Sínodos, as intervenções na Sala não serão publicadas oficialmente no Boletim da Sala de Imprensa. Já os pronunciamentos dos círculos serão divulgados através da Sala de Imprensa da Santa Sé”, concluiu.
Confira também:
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— ACI Digital (@acidigital) October 3, 2019