Roma, 9 de out de 2019 às 12:00

Há alguns dias, foi inaugurado em Roma um mosteiro dedicado a São Charbel, um santo libanês venerado por cristãos e muçulmanos e que também tem devotos em alguns países da América Latina.

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A inauguração ocorreu em 26 de setembro e contou com a presença do Patriarca Maronita, Cardeal Bechara Boutros Rai; Cardeal Leonardo Sandri, Prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais; Antonio Maria Vegliò, que foi Núncio no Líbano e Presidente do Pontifício Conselho para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes; Dom Paolo Ricciardi, Bispo Auxiliar de Roma; e Dom Rafic Warcha, novo procurador patriarcal perante a Santa Sé.

O novo mosteiro fica localizado na Via Monza 21, muito perto da Basílica de São João de Latrão, uma das quatro principais basílicas de Roma, que também é a Catedral da Cidade Eterna.

Em sua saudação durante a inauguração, o Cardeal Sandri lembrou que "a fama de santidade de São Charbel atravessou não apenas o mar Mediterrâneo, mas também os oceanos e estepes". Além disso, sendo um monge, o santo "estava totalmente inserido na tradição original da Igreja Maronita, nascida dos mosteiros das montanhas".

Depois de incentivar a confiar-se ao santo, o Cardeal disse que São Charbel, "o santo monge só para Deus, nos responde em silêncio, convidando-nos a direcionar o olhar e o coração na mesma direção para onde olharam os olhos de toda a sua existência".

O Purpurado também encorajou a rezar pelo Papa Francisco e pelo "Líbano e todo o Oriente Médio, pela paz, reconciliação, capacidade de construir relacionamentos autênticos e se esforçar seriamente e com coerência pelo bem comum".

Finalmente, encorajou a rezar “pela Igreja Maronita, representada aqui pelo Patriarca Cardeal Raï, para que saiba continuar sua tradição monástica e de santidade que a tornou grande e a preservou ao longo dos séculos no coração do país dos cedros".

São Charbel Makhlouf foi um asceta e religioso do Líbano, pertencente ao rito maronita, e o primeiro santo oriental canonizado desde o século XIII.

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Nasceu em 8 de maio de 1828 em Beqaa-Kafra, o lugar habitado mais alto do Líbano. Cresceu com o exemplo dos seus tios, ambos eremitas. Aos 23 anos, deixou sua casa em segredo e entrou no mosteiro de Nossa Senhora de Mayfuq, tomando o nome de uma mártir sírio: Charbel.

Fez os votos solenes em 1853 e foi ordenado sacerdote em 1859 por Dom José Al Marid, sob o patriarcado de Paulo I Pedro Masad. Fixou como sua residência o mosteiro de São Maron, em Annaya.

Padre Charbel viveu nessa comunidade por 15 anos, sendo um monge exemplar, dedicado à oração, ao apostolado e à leitura espiritual.

Tempos depois, sentiu o chamado à vida eremita e, em 13 de fevereiro de 1875, recebeu a autorização para colocá-la em prática. Desde esse momento até a sua morte em 1898, dedicou-se à oração (rezava 7 vezes por dia a Liturgia das Horas), à ascese, à penitência e ao trabalho manual. Comia uma vez por dia e permanecia em silêncio.

A única perturbação à sua oração vinha pela quantidade de visitantes que chegavam atraídos por sua reputação de santidade. Esses buscavam conselho, a promessa de oração ou algum milagre.

Foi beatificado pelo Papa Paulo VI em 5 de dezembro de 1965, durante o encerramento do Concílio Vaticano II, e sua canonização aconteceu em 9 de outubro de 1977, durante o Sínodo Mundial dos Bispos.

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