QUITO, 11 de out de 2019 às 13:00
A Conferência Episcopal Equatoriana (CEE) informou que começou uma fase de diálogo entre o governo e alguns setores sociais para solucionar a crise causada pelas últimas medidas econômicas aprovadas pelo Executivo, como a retirada do subsídio de combustível, que vigorava há 40 anos.
A CEE "informa que foi iniciada uma fase de diálogos exploratórios entre o governo e os setores sociais, na sede das Nações Unidas (ONU), na cidade de Quito, em 8 de outubro", afirmou um comunicado publicado na quarta-feira, 9 de outubro.
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— Conferencia Episcopal Ecuatoriana (@Confepec) October 10, 2019
Os prelados ratificaram "seu profundo compromisso com a paz" e renovaram "o chamado ao diálogo feito ao governo e às várias forças políticas e sociais".
“Esse processo de diálogo, que ainda está em construção, poderia incluir uma gestão de mediação e agenda temática que deverá emergir em comum acordo entre as partes. O Sistema das Nações Unidas e a Academia demonstraram seu interesse em facilitar o processo de mediação”, disseram.
Nesse contexto, confirmaram sentir-se "esperançosos com este primeiro passo" e reiteraram sua "posição a favor do diálogo".
“Instamos as partes a continuar trabalhando em direção a um acordo final que permita o retorno à calma e o fortalecimento da democracia. Oferecemos nossa oração constante para que se realizem pontos em comum que devolvam a paz à nossa nação e avancem na busca de justiça sustentável para a vida e a dignidade humana”, concluíram os bispos equatorianos.
Dias atrás, em 7 de outubro, a CEE propôs ser um mediadora para resolver a atual crise do país.
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Na terça-feira, 1º de outubro, o presidente Lenín Moreno anunciou um ajuste econômico que inclui, além do corte de subsídio aos combustíveis, medidas como a contribuição especial das empresas com receita superior a dez milhões de dólares por ano, para destinar o arrecadado à segurança, educação e saúde.
Além disso, estabeleceu uma redução de 20% nos salários de contratos temporários do setor público e uma redução de férias de 30 para 15 dias para os funcionários públicos. No entanto, a medida que mais causou polêmica foi a relacionada aos combustíveis.
O ministro de Economia e Finanças, Richard Martínez, disse que essas medidas respondem ao acordo de fevereiro com o Fundo Monetário Internacional (FMI), que concedeu ao Equador acesso a empréstimos de 4,2 bilhões de dólares em três anos, dos quais 900 milhões já foram entregues.
Segundo o FMI, as medidas econômicas de Moreno – cujo antecessor foi o ex-presidente Rafael Correa – "visam melhorar a resiliência e a sustentabilidade da economia equatoriana".
No entanto, o reajuste econômico gerou protestos violentos, especialmente em Quito e Guayaquil, que foram respondidos, na quinta-feira, pelo governo com um estado de exceção que, entre outras coisas, mobiliza as Forças Armadas e a Polícia Nacional para manter a ordem e evitar mais violência. Além disso, suspende a liberdade de associação e reunião em todo o país.
Na quarta-feira, 9 de outubro, o presidente Moreno chegou a Quito, de Guayaquil, para monitorar a situação de crise na capital.
Confira também:
Bispos do Equador propõem ser mediadores para solucionar crise nacional https://t.co/kK182Oweas
— ACI Digital (@acidigital) October 10, 2019