Na terça-feira, Tafida Raqeeb, uma menina de cinco anos em coma, chegou à Itália para continuar seu tratamento no Instituto Gaslini, em Gênova, um hospital que se ofereceu para recebê-la depois que o Royal Hospital de Londres anunciou que retiraria seu suporte vital.

A menor viajou na noite de terça-feira, 15 de outubro, de Londres ao aeroporto de Gênova. De lá, foi transferida em uma ambulância para o hospital infantil de Gaslini.

Tafida permanece em coma desde 9 de fevereiro de 2019, após sofrer uma malformação arteriovenosa que provocou o rompimento de um vaso sanguíneo em seu cérebro. Os médicos ingleses indicaram que qualquer tratamento é inútil, no entanto, a menina muçulmana de cinco anos sempre manteve alguma consciência e só precisa de um respirador.

No dia 2 de outubro, o Supremo Tribunal de Justiça da Inglaterra decidiu que Tafida poderia ser transferida para um hospital italiano para continuar o tratamento. A decisão encerrou uma batalha legal entre médicos ingleses e os pais da menina, Mohammed Raqeeb e Shelina Begum.

A família de Tafida, um representante do Instituto Gaslini, a plataforma internacional CitizenGO e Giuristi per la Vita participaram de uma coletiva de imprensa realizada na quarta-feira, 16 de outubro. Esta última é uma organização pró-vida local que iniciou os trâmites para dar a nacionalidade italiana para a menor. 

Na coletiva, o médico Andrea Moscatelli disse que transportar Tafida foi muito difícil, mas que ela permaneceu estável durante a viagem. Também informou que três médicos do hospital Gaslini e uma enfermeira acompanharam a menina de Londres à Itália.

O representante do hospital informou que só atualizará a imprensa sobre as condições de Tafida se houver "mudanças significativas".

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 "Muito obrigado a CitizenGO", disse a mãe de Tafida duas vezes na coletiva de imprensa.

CitizenGO lançou em julho passado a campanha de assinaturas on-line “Let Tafida Raqeeb go to Italy” (Deixem Tafida Raqeeb ir para Itália), que reuniu mais de 278 mil assinaturas endereçadas à direção do Royal London Hospital e ao Barts Health NHS Trust (terceirizada do Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido, que administra cinco hospitais em Londres, entre eles o Royal London Hospital), para que permitissem que a criança fosse transferida.

A campanha de CitizenGO também usou hashtags em redes sociais como #SaveTafida ou #TafidaInItaly, arrecadou dinheiro para os advogados da família, informou sobre o assunto fora da Inglaterra e organizou vigílias em vários países do mundo, em cidades como Madri, Paris , Varsóvia ou Roma.

CitizenGO também realizou outras ações, como ingressar na sessão do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, em Genebra, para denunciar o caso Tafida e entregou assinaturas às embaixadas britânicas na Polônia, França, Rússia e Eslováquia.

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