REDAÇÃO CENTRAL, 18 de out de 2019 às 11:30
Os divorciados em nova união, também conhecidos como divorciados recasados, estão excomungados? Um sacerdote esclarece uma “compreensível confusão” nestes casos.
Em um vídeo postado em seu canal no YouTube Teologia para Millennials, Pe. Mario Arroyo, PhD em Filosofia pela Universidade da Santa Cruz de Roma e professor da Universidade Pan-Americana na Cidade do México, disse que às vezes a “linguagem, por assim dizer, eclesiástica ou a linguagem da Igreja” podem gerar certa confusão com o que de fato “podemos entender”.
"Um caso em que essa confusão compreensível pode ocorrer é quando se fala em excomunhão", disse.
Pe. Arroyo destacou que "quando se diz, por exemplo, que os divorciados que voltaram a se casar não devem se aproximar da comunhão, alguém pode entender que eles estão excomungados, mas não quer dizer isso".
"A excomunhão é uma penalidade canônica, que significa que a pessoa que está excomungada, enquanto está excomungada, não pode receber um sacramento, nenhum sacramento, nem a confissão nem qualquer outro", disse.
No entanto, disse, “os divorciados que voltaram a se casar não estão excomungados. Existem algumas faltas, por exemplo, a profanação das espécies eucarísticas, ser ordenado bispo sem a devida autorização da Santa Sé, que levam à excomunhão”.
No caso dos divorciados em nova união, explicou, trata-se de que uma pessoa, consciente de ter cometido um pecado grave, não pode se aproximar da comunhão.
"E uma das condições para receber a Comunhão é não ter cometido nenhum pecado grave, e se alguém cometeu um pecado grave, deve se confessar primeiro”.
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“Mas uma pessoa que normalmente vive em estado de grave pecado, ou seja, não tem um propósito de emenda, um desejo de mudar esse estado de vida, obviamente não pode se confessar porque não está disposta a tirar aquilo que faz com que seu pecado permaneça”, indicou.
Isso, destacou, “não significa que esteja excomungada, ninguém lhe impôs uma penalidade canônica. Significa simplesmente que seu modo de vida, habitual e estável, não é compatível com algum ensinamento de Jesus Cristo em um ponto fundamental, como a sacralidade do sacramento do Matrimônio”.
O sacerdote mexicano disse ainda que “a excomunhão é uma penalidade canônica que também não significa que a pessoa já esteja condenada”, mas que se trata de sanções “que têm um caráter medicinal, ou seja, quando a Igreja as impõe, não é para ir contra essa pessoa, mas que reconheça a seriedade de sua falta e retifique”.
"Em caso de perigo de morte, qualquer sacerdote pode suspender qualquer excomunhão, precisamente porque o objetivo não é prejudicar essa pessoa, mas que essa pessoa reconsidere a seriedade de suas ações", afirmou.
Pe. Arroyo disse que, se uma pessoa divorciada em nova união “não pode mudar por causa de situações subjetivas ou por causa das responsabilidades que possui ou simplesmente não quer mudar, é incentivada a participar da vida eclesial de outra maneira, inclusive praticar com devoção a Comunhão Espiritual, que é uma devoção muito boa, participar da Missa aos domingos, fazer orações, fazer obras de misericórdia e esperar a misericórdia de Deus ou a graça da conversão”.
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— ACI Digital (@acidigital) February 16, 2016