Vaticano, 21 de out de 2019 às 12:15
Dois homens não identificados roubaram pelo menos cinco esculturas em madeira da polêmica imagem feminina instalada na igreja de Santa Maria em Traspontina, a poucas quadras do Vaticano, e as lançaram no rio Tibre.
As imagens mostram uma mulher grávida nua e acompanhou vários eventos do Sínodo da Amazônia, que ocorre até o dia 27.
O vídeo publicado no YouTube mostra um homem de camisa branca que, de madrugada, teria tirado as imagens da igreja para, em seguida, lançá-las no rio Tibre, perto do castelo de Sant’Angelo, em Roma.
As estátuas fazem parte da iniciativa Casa Comum, que acolhe vários eventos amazônicos na igreja dirigida pelos carmelitas, perto do Vaticano, enquanto dura o Sínodo.
Consultado pela ACI Prensa, agência em espanhol do Grupo ACI, um membro da iniciativa da Casa Comum disse que a polícia já foi informada do que aconteceu e que o vídeo foi enviado às autoridades para a investigação correspondente.
Fontes da Rede Eclesial Pan-amazônica (REPAM) confirmaram à ACI Digital que têm a filmagem interna da igreja e que uma investigação sobre o culpado do roubo será feita.
Além disso, afirmaram que não encontraram nenhuma conexão entre o roubo da imagem e manifestações pacíficas contra o Sínodo que aconteciam foram da Igreja Traspontina na tarde de hoje.
Paolo Ruffini, prefeito do Dicastério de Comunicação do Vaticano, disse na coletiva de imprensa desta segunda-feira que “soubemos da notícia há pouco tempo”.
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“O que posso dizer é que roubar algo de um lugar e jogá-lo fora é um gesto que eu defino como uma fanfarronice. Nesta sede, repetimos que a imagem representava a vida, a fragilidade e a mãe terra”, acrescentou.
“É um gesto que contradiz o espírito de diálogo. Não sei mais o que dizer além de que isso tenha sido um roubo”, ressaltou Ruffini.
Na semana passada, Ruffini disse à imprensa que a estátua “banal ou fundamentalmente representava a vida e basta. Acredito que ver símbolos de paganismo ou de outro tipo é ver o mal onde não há”.
A imagem foi usada em um evento realizado em 4 de outubro, nos Jardins do Vaticano, na presença do Papa Francisco, organizado pela REPAM com o Movimento Católico pelo Clima.
Depois, esteve na sala de trabalho do Sínodo e estava permanentemente na igreja de Santa Maria em Traspontina, onde diariamente é realizado um ritual amazônico de caráter sincrético intitulado "Momentos de espiritualidade amazônica", e que tem como um de seus organizadores a REPAM.
Fontes da REPAM indicaram a ACI Prensa, que a imagem não é "Nossa Senhora da Amazônia", como informou Vatican News em português.
Confira também:
Vaticano confirma: imagem amazônica oferecida ao Papa não é Nossa Senhora da Amazônia https://t.co/nRMUfqB7XY
— ACI Digital (@acidigital) October 16, 2019