MANÁGUA, 22 de out de 2019 às 16:00
Após a denúncia realizada pelo Bispo de Matagalpa (Nicarágua), Dom Rolando José Álvarez Lagos, sobre a suposta proibição de celebrar Missas para estudantes em templos paroquiais, o Cardeal Leopoldo José Brenes, alertou que, se a medida for real, seria uma posição muito negativa por parte do Ministério da Educação.
Em declarações divulgadas em 20 de outubro pela imprensa local, o Arcebispo de Manágua, Cardeal Brenes, disse que não sabe se existe alguma medida oficial por parte do Ministério, mas se existe "seria negativo por parte do Ministério da Educação". O Purpurado lembrou o apoio das bandas escolares às celebrações Eucarísticas.
A denúncia foi feita pelo Bispo de Matagalpa em seu programa ‘Pastoreo, Comunión y Oración’, que é transmitido toda quinta-feira. Dom Álvarez disse que as autoridades educacionais estão proibindo a celebração das Missas de Ação de Graças e outros atos religiosos para os estudantes do último ano do ensino fundamental e médio.
“Sinceramente, eu não queria acreditar, relutava em acreditar. E acontece que em muitos lados da Nicarágua, em muitas partes da Nicarágua, isso está acontecendo. E eu faria um chamado sério ao Ministério da Educação para reconsiderar essa situação. Estão proibindo, literalmente, muitos estudantes do último ano do ensino fundamental, sobretudo, do ensino médio, que possam realizar a Eucaristia nos templos paroquiais, para agradecer ao Senhor por seus estudos, por suas formaturas. Repito, não queria acreditar nisso, relutava em acreditar, mas cada vez são mais pessoas, são mais sacerdotes, que estão me dizendo e estão se aproximando de nós”, expressou o Prelado.
Além disso, denunciou a demissão de dois professores em Ciudad Darío, em Matagalpa, por terem incentivado a participação de bandas musicais escolares nas atividades da Igreja.
“Parece-me uma falta de respeito aos alunos, que em sua maioria querem ter uma celebração Eucarística junto com os pais”, “não deveria ser proibido, já que isso vai contra a liberdade de expressão, contra a liberdade de religião”, acrescentou.
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Dom Álvarez Lagos pediu ao Ministério da Educação que reveja a situação, uma vez que "é para pessoas humildes serem capazes de corrigir essas situações" que "são total e completamente irregulares".
Desde que começou a crise político-social na Nicarágua em abril de 2018, com protestos nacionais contra a reforma do sistema de saúde e previdência realizada pelo governo de Daniel Ortega, a Igreja também foi afetada por ataques contra bispos, sacerdotes e templos por paramilitares ligados ao regime.
Um dos casos mais famosos foi o ataque de 9 de julho de 2018 contra o Cardeal Brenes, Dom Silvio José Báez e o Núncio Apostólico, Dom Waldemar Stanislaw Sommertag, durante sua visita pastoral à Basílica Menor de São Sebastião, em Diriamba, da Arquidiocese de Manágua.
Somando a presença de homens armados durante atos relacionados à Igreja, como a denunciada por Dom Álvarez, que assinalou que um grupo militar armado estava aguardando à saída da visita pastoral que realizou na quarta-feira, 17 de julho de 2019, à comunidade de La Joya, no município de Terrabona.
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— ACI Digital (@acidigital) August 29, 2019