Vaticano, 23 de out de 2019 às 10:00
O Cardeal Peter Turkson, Prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, disse que a ordenação de viri probati, homens casados de comprovada virtude, “provavelmente poderia se tornar um tema de um estudo mais detalhado, para que a Igreja tome uma posição consistente".
Em declarações à EWTN News Nightly, o Cardeal Turkson, no contexto do Sínodo da Amazônia que acontece em Roma até 27 de outubro, assinalou que alguns desafios colocados pela Amazônia também se encontram em outras partes do mundo.
Por isso, a posição da Igreja sobre esse assunto deve ser adotada "não apenas com o olhar posto na Amazônia, mas em toda a Igreja universal".
Em suas declarações, o Cardeal explicou que a Amazônia apresenta uma série de problemas “que levaram o Papa a convocar este Sínodo. Referem-se ao que o Papa escreveu em sua encíclica Laudato si' sobre o clamor da terra e o clamor dos pobres".
“A terra, neste caso, é todo o planeta, representado pelo que está acontecendo na Amazônia. E o clamor dos pobres, neste caso, é também o dos pobres de todo o mundo, mas representados pelas populações indígenas, pelos povos da África e por todos os grupos que vivem na Amazônia. Esses são os dois assuntos cruciais”.
Assinalou que "estamos tentando escutar e responder a esses dois gritos da terra e dos pobres, e depois considerar a responsabilidade da Igreja nisso".
Nesse sentido, explicou que o cuidado pastoral da Igreja está sendo analisado, “quão eficaz e suficiente tem sido e a necessidade de procurar novos caminhos para agir de maneira coerente, consistente e duradoura”.
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Ressaltou que “a Amazônia se olha no espelho da África, porque a situação na Amazônia é muito semelhante a países como o Congo. Nos dois casos, existem problemas de acessibilidade, que pode ser difícil e reduzida”.
Afirmou que na África, ao longo dos anos, as comunidades locais foram incentivadas. Nesse sentido, disse que “os catequistas, que eram considerados como chefe da comunidade e do grupo, tinham o direito e o poder de administrar a comunidade com competência, pregavam a Palavra de Deus, às vezes batizavam e enterravam, e às vezes oficiavam alguns matrimônios e eram ministros extraordinários da Eucaristia”.
“Isso é algo que está sendo feito. As pessoas do Sínodo estão escutando e dizem que está bem, mas ainda não podem celebrar a Eucaristia, e é isso o que queremos. Queremos pessoas que possam celebrar a Eucaristia para que não sejam apenas ministros eucarísticos extraordinários, pois isso significaria que a Eucaristia estivesse lá para ser distribuída. Estamos procurando alguém que possa ungir os enfermos, celebrar a Eucaristia com o povo e isso, claro, exige que seja um ministro ordenado, para o qual, os exemplos na África são insuficientes”, assinalou.
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— ACI Digital (@acidigital) October 22, 2019