Belfast, 24 de out de 2019 às 11:30
Uma avaliação da Associação Britânica de Medicina Perinatal (BAPM, na sigla em inglês) descobriu que os avanços médicos aumentaram a taxa de sobrevivência de bebês prematuros e, nas novas diretrizes, publicadas em 23 de outubro, exige-se que os médicos pratiquem reanimação neonatal às 22 semanas.
A reanimação designa técnicas destinadas a restabelecer as funções vitais em caso de parada cardíaca ou cardiopulmonar.
A Sociedade para a Proteção dos Nascituros do Reino Unido (SPUC, na sigla em inglês), uma das maiores e mais antigas organizações de defesa da vida do mundo, destacou a “evidente contradição entre esta decisão e o fato de que os políticos do Parlamento de Westminster tenham imposto o aborto gratuito na Irlanda do Norte” em 22 de outubro de 2019.
Na terça-feira, a lei de aborto existente na Irlanda do Norte, que permitia esta prática em casos de perigo para a vida da mãe ou se existisse um risco permanente de danos graves à sua saúde física e mental, foi revogada. Imediatamente depois, adotou-se a legislação vigente no resto do Reino Unido (Inglaterra, Escócia e Gales).
Agora, na Irlanda do Norte, são acrescentadas às causas mencionadas o aborto autoinduzido, o aborto seletivo por sexo e o uso de substâncias químicas ilegais para abortar até a 24ª semana de gestação.
"O esforço que deve ser feito agora para salvar a vida de pequenos bebês prematuros, nascidos antes do limite de tempo padrão para o aborto na Grã-Bretanha, expõe uma contradição chocante no coração do nosso serviço de saúde", disse o Diretor Executivo Adjunto da SPUC, John Deighan, em 23 de outubro.
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"É uma ironia cruel que, na mesma semana em que os políticos de Westminster tenham imposto o aborto na Irlanda do Norte, as agências médicas tenham emitido novas diretrizes que destacam a crescente evidência científica que afirma a humanidade dos nascituros", acrescentou.
Segundo SPUC, a evidência fornecida pelo professor de pediatria neonatal John Wyatt mostra que um bebê nascido com 23 semanas tem 50% de chance de sobrevivência.
“A evidência ilustra que, há 30 anos, menos de 20% dos bebês nascidos antes da 28ª semana de gestação sobreviveram. No entanto, os avanços na assistência médica no início da vida transformaram as perspectivas de sobrevivência de bebês prematuros. A evidência agora afirma que 35% dos bebês nascidos na 22ª semana sobrevivem se recebem tratamento”, indica o grupo pró-vida.
Confira também:
Falha última tentativa de evitar liberação do aborto na Irlanda do Norte https://t.co/L1xZkFEk7K
— ACI Digital (@acidigital) October 22, 2019