O governo dos Estados Unidos confirmou em 27 de outubro a morte de Abu Bakr al-Baghdadi, fundador e líder do Estado Islâmico (ISIS), um dos grupos terroristas muçulmanos mais sanguinários da história recente. Para um sacerdote missionário no Oriente Médio, foi "um acontecimento importante", mas os cristãos da região ainda enfrentarão alguns perigos pela frente.

Em um comunicado, Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, disse que a morte ocorreu na noite de 26 de outubro, como parte de um trabalho da equipe de Operações Especiais.

Depois de descartar que os militares norte-americanos tenham morrido na operação, Trump assinalou que "um grande número de combatentes e companheiros de Baghdadi foram mortos junto com ele".

O líder do Estado Islâmico tentou fugir através de um túnel, mas, sem encontrar saída, detonou o colete bomba, terminando com sua vida e a de três crianças junto a ele.

"Seu corpo foi mutilado pela explosão, mas os resultados dos testes deram uma identificação verdadeira e positiva", acrescentou Trump.

Em diálogo com ACI Prensa, agência em espanhol do Grupo ACI, Pe. Luis Montes, sacerdote missionário no Iraque, com mais de 20 anos de trabalho pastoral no Oriente Médio, enfatizou que a morte do líder do ISIS é "certamente" um "acontecimento importante, porque enfraquece esse grupo jihadista selvagem”.

"É um golpe muito forte, sem dúvida", reiterou, mas rapidamente advertiu: "Não devemos esquecer que o ISIS é um grupo terrorista muito importante, mas há muitos, houve antes e, como dizem aqui, quando não houver o ISIS, aparecerá outro”.

O Estado Islâmico surgiu em 1999, mas atingiu seu pico de poder em 2014, depois de proclamar um califado em territórios do Oriente Médio que incluía partes do Iraque e da Síria, perseguindo e matando cristãos, yazidis e outros muçulmanos.

No final de 2017, o governo iraquiano anunciou que havia derrotado o Estado Islâmico, que também estava perdendo o controle sobre seus territórios na Síria.

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Apesar de suas perdas, membros do Estado Islâmico e grupos terroristas muçulmanos afiliados continuaram realizando massacres em várias partes do mundo.

Um dos atentados mais recentes do grupo terrorista ocorreu no dia 21 de abril deste ano, no domingo de Páscoa, em Colombo (Sri Lanka). Os alvos foram duas igrejas católicas, uma igreja evangélica e três hotéis, causando 259 mortes.

Pe. Montes, recolhendo uma reflexão de Dom Bashar Warda, Arcebispo Caldeu de Erbil (Iraque), advertiu que, “enquanto os cristãos são apenas tolerados e não têm seus direitos de igualdade reconhecidos perante a lei, estes grupos voltarão a aparecer, os que estão agora e outros que virão”. 

O sacerdote missionário disse que "a raiz" da violência terrorista "está nos ensinamentos da jihad islâmica, que justifica os atos violentos".

A jihad é entendida entre muitos muçulmanos como uma guerra santa contra os "infiéis" ou não crentes no Islã.

Para Pe. Montes, "ao considerar os cristãos como cidadãos de nível inferior, isso conduz à violência e, como Dom Bashar Warda também disse, esta é a história dos cristãos no Oriente Médio há 1400 anos".

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