O Papa Francisco incentivou a servir às pessoas com deficiência com competência e compaixão.

Assim indicou o Santo Padre nesta quinta-feira, 31 de outubro, quando recebeu na Sala Paulo VI mais de cinco mil pessoas da Fundação Gnocchi, entre as quais estavam os dirigentes, funcionários, pacientes com suas famílias e voluntários, pelo décimo aniversário da beatificação de seu fundador, Pe. Carlo Gnocchi.

“Não se cansem de servir aos últimos na difícil fronteira da doença e deficiência: junto com as mais avançadas terapias e técnicas para o corpo, ofereçam àqueles que se dirigem com confiança às suas estruturas os remédios da alma, ou seja, o consolo e a ternura de Deus”, encorajou o Papa.

O Papa Francisco visitou na Quinta-feira Santa de 2014 o Centro Santa Maria da Providência, pertencente à fundação Don Carlo Gnocchi, onde lavou os pés durante a Missa ‘in Coena Domini’.

Durante seu discurso, o Santo Padre os incentivou a continuar o exemplo de seu fundador, o Beato Carlo Gnocchi, a quem descreveu como "apóstolo da caridade", porque "serviu heroicamente a Cristo nas crianças, jovens, pobres e naqueles que sofrem, desde o início de seu ministério sacerdotal, como educadores apaixonados”.

Depois, Pe. Carlo como capelão militar, "conheceu as crueldades da Segunda Guerra, primeiro na frente greco-albanesa, depois com os Alpinos da Divisão 'Tridentina', na dramática campanha da Rússia”. Após a retirada dessa frente, o Beato Gnocchi "dedicou-se com incansável fervor aos feridos e moribundos, foi então que amadureceu a ideia de criar uma obra de caridade em favor dos órfãos e dos pequenos mutilados de guerra" e, de volta à Itália, realizou esse projeto que “não foi apenas um empreendimento social, mas uma obra movida pela caridade de Cristo. Uma obra, um fruto da caridade de Cristo”, explicou o Papa.

“Vocês continuam seu legado e, como um talento precioso, estão multiplicando-o com o mesmo zelo apostólico e a mesma fidelidade ao Evangelho. Agradeço a cada um de vocês: diretores e gerentes dos Centros, médicos e trabalhadores, voluntários e amigos. Hoje vocês estão aqui, junto com os pacientes, os assistidos e familiares, para confirmar o seu compromisso de proximidade aos sofrimentos das pessoas mais frágeis com o estilo do bom samaritano e do seu Beato fundador”, afirmou.

Nesse sentido, o Santo Padre ressaltou que “são chamados a conjugar o serviço social e de saúde com a ação evangelizadora nos aspectos específicos da vida cotidiana” e é necessário “combater com coragem as causas do sofrimento e curar com amor o desconforto daqueles que sofrem ou estão em dificuldades”.

Por isso, o Papa Francisco exortou a prestar seu serviço conjugando competência e compaixão.

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Competência e compaixão

A competência, disse o Papa, “é fruto de sua preparação, da experiência e da atualização; e tudo isso se baseia em uma forte motivação para servir ao próximo que sofre, uma motivação que no cristão é animada pela caridade de Cristo” e é “a qualidade que torna credível o testemunho dos fiéis leigos em diversos ambientes da sociedade".

Sobre a compaixão, o Santo Padre explicou que “trata-se de ‘sofrer com’, compadecer como Jesus, que por amor do homem fez-se Ele mesmo homem para poder compartilhar até o fim, de modo real, em carne e sangue, como nos é mostrado na sua Paixão”.

"Uma sociedade que não é capaz de acolher, tutelar e dar esperança aos que sofrem, é uma sociedade que perdeu a piedade, que perdeu o sentido de humanidade", alertou.

Desse modo, o Pontífice renovou seu apreço “pelo serviço prestado aos que estão em dificuldades” e os animou a “continuar seu caminho em seu compromisso com a promoção humana, que também é uma contribuição indispensável à missão evangelizadora da Igreja. De fato, a proclamação do Evangelho é mais credível graças ao amor concreto com que os discípulos de Jesus testemunham sua fé nele”.

“O testemunho humano e cristão do beato Carlo Gnocchi, caracterizado pelo amor às pessoas mais fracas, guie sempre as suas escolhas e a sua atividade! Que o Senhor lhes conceda ser em todos os lugares mensageiros de sua misericórdia e de seu consolo, mensageiros de sua ternura”, exortou o Papa.

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