REDAÇÃO CENTRAL, 2 de nov de 2019 às 09:00
Um estudo recente publicado na revista médica ‘JAMA Psichiatry’ revelou que as adolescentes que tomam pílulas anticoncepcionais têm maior risco de depressão.
A pesquisa publicada em 2 de outubro indica que as adolescentes que usam esses métodos contraceptivos têm maior probabilidade de chorar, dormir demais e apresentar problemas de alimentação em comparação com aquelas que não tomam pílulas anticoncepcionais.
O estudo também mostra que as mulheres jovens que tomam esses medicamentos são mais propensas ao risco de depressão na idade adulta, independentemente de continuarem ou não tomando as pílulas.
"Os sintomas depressivos são mais frequentes do que a depressão clínica e podem ter um impacto profundo na qualidade de vida", explicou, em um comunicado, uma das autoras do estudo, Hadine Joffe, vice-presidente de pesquisa em psiquiatria do Brigham and Women's Hospital.
“Nosso estudo é o primeiro dessa magnitude que aprofunda nos sintomas mais sutis do estado de ânimo, que ocorrem com muito mais frequência do que um episódio de depressão, mas que afetam a qualidade de vida e são preocupantes para as meninas, mulheres e suas famílias”, afirmou a pesquisadora.
"Uma das preocupações mais comuns que as mulheres têm quando começam a tomar a pílula, e as adolescentes e seus pais quando uma jovem pensa em iniciar esse método de planejamento, são os riscos depressivos imediatos", disse o autor principal, Anouk de Wit , que trabalha na área de psiquiatria na University Medical Center Groningen.
Segundo informa CNN em espanhol, os pesquisadores descobriram que as meninas de 16 anos que tomam pílulas anticoncepcionais relataram mais choro, mais horas de sono e mais problemas alimentares do que aquelas que não tomam a pílula.
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No entanto, Wit disse que, “devido ao desenho do estudo, não podemos garantir que as pílulas causem alterações de humor, mas temos evidências que sugerem que às vezes as alterações de humor precederam o uso da pílula e, às vezes, seu uso começou antes que acontecessem".
Os autores assinalaram que os resultados do estudo não significam necessariamente que as adolescentes devam parar de tomar a pílula anticoncepcional, mas enfatizaram que seus efeitos depressivos poderiam levar a que deixem de consumir o medicamento.
Para o estudo, os pesquisadores avaliaram 1.010 meninas e mulheres durante nove anos, usando dados de uma pesquisa em andamento nos Países Baixos chamada TRAILS, que significa pesquisa de acompanhamento às vidas individuais de adolescentes.
Os pesquisadores avaliaram o uso de pílulas anticoncepcionais aos 16, 19, 22 e 25 anos de idade das mulheres.
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