Depois de um dia de atraso na viagem, a imagem de Nossa Senhora de Luján que acompanhou os soldados na Guerra das Malvinas retornou na segunda-feira, 4 de novembro, à Argentina.

O motivo do atraso foi um problema técnico do avião da Aerolineas Argentinas, mas finalmente a imagem chegou ao Aeroporto Internacional Ministro Pistarini, na cidade de Ezeiza, por volta das 6h45, onde foi recebida por fiéis e ex-combatentes da Guerra das Malvinas.

Em uma coletiva de imprensa, o Ordinário Militar, Dom Santiago Olivera, agradeceu o trabalho, a disposição e o apoio ao receber a Mãe de Luján, especialmente ao governo, ao Ministério de Relações Exteriores, à Secretaria de Culto da Nação e a todos aqueles que colaboraram.

A comitiva que custodiou a Virgem de Luján foi liderada por Dom Santiago Olivera; Pe. Vicente Martínez Torrens, capelão na Guerra das Malvinas, que cuidou da imagem e prestou assistência espiritual às tropas; veteranos de guerra; e membros do grupo Fé do Centurião.

Após a coletiva de imprensa, a imagem foi transladada para a Catedral Militar Stella Maris, onde Dom Olivera celebrou a Eucaristia às 10 horas.

Posteriormente, a imagem acompanhou o início da 118ª Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Argentina, que acontece de 4 a 9 de novembro na casa de exercícios El Cenáculo (La Montonera), de Pilar.

Antes da chegada da Virgem de Luján, em 30 de outubro, na Audiência Geral do Papa Francisco, a Igreja na Argentina e a Igreja na Grã-Bretanha fizeram uma troca fraterna de imagens da padroeira da Argentina.

O Santo Padre abençoou a imagem mariana que permaneceu por 37 anos na Grã-Bretanha, depois de acompanhar os soldados argentinos nas Ilhas Malvinas durante a guerra entre os dois países em 1982.

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Esta imagem retornou à Argentina, enquanto outra réplica foi entregue ao Bispado Militar da Grã-Bretanha para ser colocada na Catedral de São Miguel e São Jorge, em Aldershot.

Das Ilhas Malvinas à Grã-Bretanha

Poucos dias após o início da Guerra das Malvinas ou Conflito do Atlântico Sul entre a Argentina e o Reino Unido, uma família argentina doou a imagem da Virgem de Luján às Forças Armadas.

A imagem foi levada do continente para as Ilhas Malvinas em 9 de abril de 1982. Lá foi colocada na paróquia de Santa Maria, para acompanhar os soldados durante o conflito.

Em 8 de maio de 1982, houve uma Missa e uma procissão em homenagem à imagem mariana e, "ao finalizar a Guerra das Malvinas (8 de maio daquele ano), o capelão inglês que ajudou a enterrar soldados argentinos nas ilhas pediu ao administrador apostólico que levasse a imagem à Inglaterra para rezar pelos soldados falecidos de ambos os países", disse Dom Olivera à ACI Prensa, agência em espanhol do Grupo ACI.

Não se soube mais nada sobre a imagem, até que em 2016, um jornal da Associação de Veteranos de Guerra das Malvinas (AVEGUEMA) publicou um artigo no qual mencionava que Nossa Senhora de Luján estava na Catedral Militar de São Miguel e São Jorge, em Aldershot, Inglaterra.

Em 2018, Marcela Hernández e Daniel Doronzoro, do grupo “A Fé do Centurião” da diocese de Quilmes, resgataram os dados e os compartilharam com a CEA, que delegou a Dom Olivera os procedimentos para a devolução da imagem.

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