SANTIAGO, 12 de nov de 2019 às 13:30
Dezenas de fiéis chegaram na manhã de sábado, 9 de novembro, à paróquia da Assunção, em Santiago, Chile, para limpar e ordenar a igreja que foi atacada por manifestantes no dia anterior.
Na sexta-feira, enquanto ocorria uma nova manifestação em Santiago, um grupo de encapuzados forçou a entrada na Paróquia da Assunção para roubar os bancos, confessionários e imagens religiosas para armar barricadas com estes objetos.
No interior da igreja, os vândalos picharam as paredes, pilares e o altar com fortes frases e insultos à igreja. Depois, foram para queimar a Universidade Pedro de Valdivia, que ficava na frente da calçada.
Os jovens e adultos que foram ao templo no dia seguinte limparam e juntaram os pedaços das imagens destruídas, recolheram os vidros quebrados, entre outras ações.
O pároco, Pe. Pedro Narbona, agradeceu o apoio daqueles que se preocuparam durante os ataques e também pela solidariedade gerada.
"Despertou-se uma corrente de vida solidária, de preocupação, de oração, de vir hoje, de trazer materiais e deixar horas de suas coisas pessoais para nos ajudar a limpar toda a sujeira", assinalou.
Além de expressar sua dor pelo que aconteceu, Pe. Narbona expressou que a Igreja “é construída com pedras vivas, que são aqueles que vieram ajudar. Ainda que fique somente um cristão católico apostólico romano que viva coerentemente a sua fé e seu amor a Jesus Cristo, vai existir a Igreja Católica, porque a Igreja é mais que as tábuas”.
Hortencia Cereceda, vizinha da paróquia há 20 anos e uma das voluntárias que ajudaram a limpar, manifestou que presenciaram o que aconteceu com “muita dor. Tentamos dialogar com as pessoas que vieram para saquear, mas foi impossível”.
“Agora, queremos ser uma contribuição para limpar e que esta paróquia volte a ser um local de encontro. A igreja não são as paredes, somos todas as pessoas que queremos uma mudança. Temos que voltar a nos encontrar, temos que entender que a violência não é a forma para solucionar. Eu estou por reconstruir um conceito de país unido e em paz”, expressou à comunicação da Arquidiocese de Santiago.
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"Vine hoy porque creo que es un deber como cristianos de ayudar en estos momentos difíciles que esta viviendo la iglesia de manera injusta", Francisco Hortal. pic.twitter.com/TyWjAWbbjM
— Iglesia de Santiago (@Iglesiastgo) November 9, 2019
No domingo, 10 de novembro, Pe. Narbona, o vigário da Zona Centro, Pe. Francisco Llanca, o Bispo Auxiliar de Santiago, Dom Cristián Roncagliolo, e dezenas de fiéis se reuniram no templo para realizar uma liturgia de reparação. Além de rezar e pedir perdão a Deus, os fiéis beijaram a imagem de um Cristo crucificado que foi salvo do ataque e rezaram o Mês de Maria, que começou em 8 de novembro no país.
Outras igrejas atacadas durante esses dias de manifestações foram a Catedral de Valparaíso e a paróquia de Santa Teresa dos Andes, em Punta Arenas. Enquanto isso, outros templos foram apedrejados e tiveram os seus muros arranhados.
Confira também:
Bispos do Chile rechaçam saque e profanação de igreja em Santiago https://t.co/CM8sUb91fB
— ACI Digital (@acidigital) November 11, 2019