Vaticano, 14 de nov de 2019 às 08:52
O Papa Francisco denunciou os ataques contra cidadãos e fiéis judeus e pediu o fim do antissemitismo.
Durante a Audiência Geral de 13 de novembro, o Pontífice lembrou que “o povo judeu sofreu muito ao longo da história. Foi expulso, perseguido... E, no século passado, vimos muitas, muitas brutalidades que fizeram ao povo judeu e todos tínhamos pensado que isso havia acabado”, disse em referência ao genocídio sofrido pelos judeus durante a Segunda Guerra Mundial. .
“Mas hoje, o hábito de perseguir os judeus começa a renascer aqui e ali. Irmãos e irmãs, isso não é humano nem cristão. Os judeus são nossos irmãos! E não podem ser perseguidos. Entendido?”, acrescentou, na Praça de São Pedro.
Não é a primeira vez que o Papa Francisco clama contra o antissemitismo. Durante sua viagem a Israel e à Palestina, em maio de 2014, pronunciou um discurso em Tel Aviv, no qual definiu o Holocausto, também conhecido como Shoah, cometido na Alemanha nazista como uma “tragédia que permanece símbolo dos extremos aonde pode chegar a malvadez do homem, quando, atiçado por falsas ideologias, esquece a dignidade fundamental de cada pessoa, a qual merece respeito absoluto seja qual for o povo a que pertença e a religião que professe”.
"Peço a Deus que jamais se repita semelhante crime", disse naquela ocasião. Na mesma viagem, durante sua visita ao Memorial Yad Vashem, onde se lembra das vítimas do genocídio judeu cometido pelos nazistas, voltou a exclamar: "Nunca mais, Senhor, nunca mais!".
Além disso, durante sua visita à sinagoga em Roma em janeiro de 2016, Francisco também lembrou os seis milhões de judeus que morreram no Holocausto. Em seu discurso, destacou o Concílio Vaticano II, especificamente a Declaração Nostra Aetate, promulgada por São Paulo VI, na qual estabeleceram-se as bases da "redescoberta das raízes do cristianismo" e rejeita-se "todas as formas de antissemitismo".
O Papa também rezou em julho de 2016, durante sua viagem apostólica à Polônia, no contexto da Jornada Mundial da Juventude em Cracóvia, no campo de concentração nazista em Auschwitz, onde mais de um milhão de pessoas morreram durante a II Guerra Mundial, muitos deles judeus. Lá, nas memórias do Museu de Auschwitz, escreveu a seguinte mensagem: “Senhor, tenha piedade de teu povo! Senhor, perdão por tanta crueldade!”.
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Em janeiro de 2017, postou uma mensagem em sua conta da rede social do Twitter, por ocasião do Dia da Memória do Holocausto, para lembrar as vítimas e pedir "que seus sofrimentos e lágrimas nunca sejam esquecidos".
Mais recentemente, em 10 de junho de 2018, enviou por meio do Secretário de Estado, Cardeal Pietro Parolin, uma carta ao Caminho Neocatecumenal para agradecer a homenagem às vítimas do Holocausto com a interpretação na Alemanha da sinfonia “O sofrimento dos inocentes”, Composta por Kiko Argüello.
Em sua mensagem, o Santo Padre disse que "a memória da violência atroz da Shoah nunca deve cessar, da dor indescritível e do extermínio de um povo".
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— ACI Digital (@acidigital) March 26, 2019