Vaticano, 4 de dez de 2019 às 08:35
O Papa Francisco recordou que a fé cristã é incompatível com a magia e outras práticas idólatras.
Assim o afirmou em sua catequese durante a Audiência Geral realizada na Praça de São Pedro, no Vaticano, nesta quarta-feira, 4 de dezembro.
O Papa chamou a atenção para o sucesso de São Paulo em sua pregação, especificamente, durante sua permanência na cidade de Éfeso. Lá, "doze homens recebem o batismo em nome de Jesus e experimentam a efusão do Espírito Santo".
Depois, "vários são os milagres que se realizam por meio do Apóstolo: os doentes ficam curados e os possuídos são libertados". Francisco enfatizou que "isso acontece porque o discípulo se assemelha de seu Mestre e o torna presente comunicando aos irmãos a mesma vida nova recebida dele".
“A força de Deus que se manifesta em Éfeso tira a máscara de quem quer usar o nome de Jesus para fazer exorcismos, mas sem ter a autoridade espiritual para fazê-lo, e revela a fraqueza das artes mágicas, que são abandonadas por um grande número pessoas que escolhem Cristo".
Francisco contextualizou esse fenômeno e definiu-o como uma "reviravolta" em uma cidade como Éfeso, que naquela época "era um famoso centro para a prática da magia".
No livro dos Atos dos Apóstolos, São Lucas “sublinha a incompatibilidade entre a fé em Cristo e a magia. Se você escolhe Cristo não pode recorrer ao mago: a fé é abandono confiante nas mãos de um Deus confiável que se mostra não através de práticas ocultas, mas por meio da revelação e do amor gratuito”.
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Esse êxito do Evangelho em Éfeso, graças à pregação de São Paulo, causa danos comerciais entre os artesãos que fabricavam estátuas de prata da deusa Ártemis, cujo templo principal ficava nesta cidade.
O Santo Padre explicou que, ao ver como a atividade comercial diminuía, produzindo grandes perdas de dinheiro devido ao abandono do culto de Ártemis pelos efésios cristianizados, os ourives e outros artesãos organizaram uma manifestação contra Paulo.
“Os cristãos são acusados de terem colocado em crise a categoria de artesãos, o santuário de Ártemis e o culto a essa deusa. O povo entrou em tumulto, mas o chanceler consegue acalmar a multidão convidando os artesãos para irem aos tribunais”.
Diante dessa situação, Paulo deixou Éfeso e foi para Jerusalém passando por Mileto, onde chamou os anciãos da Igreja de Éfeso. Ele os exorta a permanecer vigilantes: "Vigiem a si mesmos e todo o rebanho, no meio do qual o Espírito Santo os constituiu como custódios para serem pastores da Igreja de Deus”.
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