Irmã Theresa Varela, da Fundação Missionária da Esperança, enviou uma carta ao presidente eleito da Argentina, Alberto Fernández, para lhe solicitar que “não se impulsione a lei do aborto”.

Desde que começou sua campanha eleitoral, Alberto Fernández expressou que promoverá uma lei de despenalização do aborto, embora em agosto de 2018 o Senado tenha votado contra um projeto para despenalizar esta prática.

O projeto daquela ocasião estipulava o aborto livre até a 14ª semana de gestação e até os nove meses de gravidez sob as causas de estupro, risco de vida e saúde da mãe e inviabilidade fetal.

Para os casos de estupro, só era necessário o requerimento e a declaração jurada da mulher diante do profissional de saúde.

Também se teria permitido a eliminação do nascituro com deficiência e os menores de 16 anos teria acesso ao aborto sem necessidade do consentimento de seus pais.

Fernández, que assumirá como presidente da Argentina no próximo dia 6 de dezembro, reiterou em várias oportunidades seu desejo de aprovar uma lei que despenalize esta prática.

Nesse cenário, Madre Theresa, que trabalha incansavelmente pela evangelização e os valores das famílias de San Marcos Sierra, a 140 quilômetros ao norte da cidade de Córdoba, decidiu enviar a carta ao representante da Frente de Todos.

A Fundação Missionária da esperança trabalha desde 1997 para melhorar a qualidade de vida das crianças mais carentes, através de educação, saúde e capacitação dos menores e suas famílias.

“Junto ao meu grupo missionário, voluntários trabalham com famílias vulneráveis, muito ricas em valores, mas feridas pela pobreza de todo tipo. Em especial, atendemos crianças desde o ventre da mãe”, assegurou a religiosa.

“Compartilhamos a dor de uma mãe quando perde seu filho e, conhecendo esta realidade, quero lhe pedir, Sr. Alberto Fernández, eleito presidente dos argentinos, que não impulsione a lei do aborto”.

“É um massacre de inocentes, os quais não podem nem gritar nem se defender”, acrescentou a religiosa.

“Recorde, presidente eleito, que não foram os abortados que o elegeram. E o senhor foi votado e conduzirá este país porque sua mãe lhe permitiu ver a luz do sol. Peço-lhe e suplico que seja mais um dos que promovem a vida”, expressou.

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Nesse sentido, indicou que “não se trata de uma questão religiosa, mas de vida, de racionalidade humana”.

Em sua mensagem, sugeriu que se pode “trabalhar na educação em geral; melhorar o acesso à saúde pública e à moradia digna”.

Madre Theresa disse a Fernández que, no “caminhar missionário, encontramos situações de muita promiscuidade que favorece gravidezes não desejadas e de meninas de muito pouca idade. Há famílias muito numerosas que vivem em casinhas precárias de apenas um cômodo, faltando elementos vitais, como por exemplo, a água”.

Além disso, a religiosa compartilhou que tem três sonhos e pede a Deus a “vida para poder vê-los realizados”.

Em primeiro lugar, peço que exista uma “família unida e contida, na qual o trabalho digno não falte e que o desejo de trabalhar seja o resultado natural de uma cultura transmitida de pais para filhos. Se fosse assim, já não seria necessário haver refeitórios comunitários para crianças”.

Também pediu pela saúde, para que “todos tenhamos livre e fácil acesso aos hospitais públicos e que recebamos atenção profissional e humanitária”.

Por fim, expressou seu desejo de que “todas as crianças, adolescentes e jovens tenham igualdade de oportunidades para acessar a uma educação integral. Que a escola formativa enfatize os valores humanos, morais e espirituais”.

“Cada ato de minha vida, cada esforço, tudo o que faço se encaminha para que estes sonhos se tornem realidade”, afirmou.

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Além de agradecer, Irmã Theresa Varela pediu a bênção de Deus para Fernández, “com aquela paz que só Ele pode dar”.

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