NOVA DELHI, 6 de dez de 2019 às 09:30
Cinco cristãos que passaram 11 anos no presídio, condenados à prisão perpétua injustamente, foram libertados depois que a Suprema Corte da Índia lhes deu a liberdade sob fiança após vários adiamentos de suas solicitações.
Estes cinco cristãos, e outros dois que foram libertados nos últimos meses, tinham sido condenados à prisão perpétua em outubro de 2013, depois de um julgamento diante do Superior Tribunal de Orissa, por supostamente ter participado do assassinato do líder hindu Swami Laxmanananda, em agosto de 2008.
Esse foi para os extremistas hindus o pretexto para começar os massacres anticristãos de 2008, em Kandhamal (Índia). A morte do líder hindu e de outras quatro pessoas foi definida pelos extremistas do Sangh Parivar como uma “conspiração cristã”.
A violência contra os cristãos levou à morte de 100 pessoas, deixou 56 mil sem lar e 300 igrejas e 6 mil casas cristãs foram saqueadas e incendiadas.
Conseguir a liberdade sob fiança desses sete cristãos injustamente presos foi possível graças à ajuda de organizações de direitos humanos, assim como ativistas, autoridades eclesiásticas em todo o país.
Colin Gonsalves, advogado e fundador da ONG “Human Rights Law Network”, que dirige uma equipe de advogados comprometidos com a defesa dos cristãos de Kandhamal, declarou à agência vaticana Fides que está muito contente com o fato de que esses sete cristãos “tenham recebido a liberdade sob fiança e possam passar o Natal com suas famílias”.
O jornalista Anto Akkara, autor do aclamado livro de investigação “Who Killed Swami Laxmanananda” (Quem matou Swami Laxmanananda?), uma das investigações documentadas que exonera os cristãos, assegurou que se trata de “uma grande vitória para a verdade e a justiça em Kandhamal”.
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Akkara também sublinhou que “a questão não está encerrada. Por enquanto, só existe a fiança, e isso depois de 11 anos. Agora, a atenção se centra no Superior Tribunal de Orissa, onde se está levando adiante um processo de apelação. Os inocentes devem ser absolvidos”.
Em 2016, Akkara lançou uma petição online com o site http://www.release7innocents.com. Segundo indicam, cada assinatura online neste site gera quatro e-mails instantâneos que são enviados ao ministro de Justiça de Índia, ao presidente da Índia, ao Superior Tribunal de Orissa, à Comissão Nacional de Direitos Humanos.
Akkara produziu o documentário “Inocentes presos”, em 2018, por ocasião do décimo aniversário do que ocorreu em Kandhamal, e assegurou que “só uma investigação independente pode revelar a conspiração política por trás da fraude de Kandhamal, que conduziu ao assassinato de Laxmanananda, de 81 anos. Isso abrirá o caminho para identificar e castigar os verdadeiros culpados e compensar o inocentes”.
John Dayal, ativista de direitos humanos, também declarou a Fides que agora se abre a questão “dos cristãos e pastores presos ou condenados por falsas acusações de conversões forçadas ou fraudulentas”.
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— ACI Digital (@acidigital) November 14, 2019