BUENOS AIRES, 25 de ago de 2005 às 15:06
Em uma carta de sete parágrafos, Dom Juan Carlos Maccarone, que recentemente renunciou a seu cargo logo que um ato de inconducta sexual com um varão de 23 anos se fez público, pediu perdão a seus irmãos bispos reunidos
A carta, que segundo a imprensa local foi lida pelo Cardeal Jorge Bergoglio durante as sessões da Comissão Permanente da Conferência Episcopal Argentina, assinala a seus irmãos bispos que “lhes devo muitas coisas”.
“Como a irmãos quero lhes dizer que, apesar este fato, minha vida não foi uma mentirosa aparência. Obedeci sempre à Igreja desde minha vida de seminarista para realizar coisas que nunca imaginei para minha vida sacerdotal”, expressa Dom Maccarone em sua carta.
“Por obediência aceitei o Episcopado e os diversos destinos onde devi exercê-lo. Assim também aceitei sem discussão o que os bispos me encomendaram para tarefas extraordinárias”, adiciona a nota.
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Segundo o Prelado, o incidente que levou a sua renúncia foi “um acontecimento preparado por interesses e tecnologia que implicavam um projeto de extorsão e se aproveitou de minha boa vontade e trouxe como conseqüência ferir a qualidade moral de minha pessoa e a autoridade correspondente”.
Mas reconhecendo sua própria responsabilidade e a confiança posta nele “tudo se tornam mais doloroso e se transforma em um pedido fraterno de desculpa e perdão”.
“E aqui minha outra sensação ou estado de ânimo, a raiz do doloroso momento que me toca viver: de uma grande liberação da angústia que me provocou este acontecimento”.
A missiva conclui: “À Igreja de Santiago e a Santiago del Estero os amo muito e me entreguei a servi-los em tudo o que podia fazer. Merece um bom pastor logo, já que a Igreja lá é o bastião contra a prepotência e a injustiça, contra os que lutamos com o presbitério e os fiéis, com os religiosos e homens e mulheres de boa vontade, até com risco para suas vidas. Esta atitude tem custo, como pode ser esta situação dolorosa”.