Diante do perigo de que se aprove uma reforma ao Código Civil do estado mexicano de Veracruz, que poderia distorcer o conceito de casamento, a Arquidiocese de Jalapa recordou que esta instituição é formada por “um homem e uma mulher”.

Em seu comunicado dominical, Pe. José Manuel Suazo Reyes, diretor do Escritório de Comunicação Social da Arquidiocese de Jalapa, assinalou que “nos últimos dias foi anunciado que no próximo dia 31 de janeiro de 2020 será a votação para a reforma do Código Civil do Estado de Veracruz, na qual, entre outras coisas, pretendem mudar o conceito de casamento”.

O artigo 75 do Código Civil de Veracruz atualmente diz: "O casamento é a união de um só homem e de uma só mulher que vivem juntos para realizar os fins essenciais da família como instituição social e civil”.

Pe. Suazo Reyes advertiu que “é desejável mudar a terminologia para que, em vez de dizer 'a união de um homem e de uma mulher', agora se diga 'a união de 2 pessoas', isso para dar espaço ao que os promotores desta iniciativa chamam de casamento entre pessoas do mesmo sexo”.

Para o sacerdote mexicano, “com esta proposta está sendo promovida uma contradição que beira o absurdo. Com iniciativas como essas, poderá se falar a partir de agora de 'terremotos na lua' e 'hemorragias de água'. Os terremotos são apenas na terra e hemorragias são apenas de sangue”.

A iniciativa de reforma do Código Civil, recordou, foi apresentada pela deputada estadual Mónica Robles, de Morena, partido do presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, e tem "o apoio de oito deputados de sua bancada".

Pe. Suazo Reyes enfatizou que “a história e a tradição da humanidade nos ensinam que o casamento é uma instituição natural, pois não precisou da existência de nenhum Congresso, Senado ou Corte Suprema, tem uma natureza própria, finalidades específicas e propriedades essenciais, que um relacionamento entre pessoas do mesmo sexo, mesmo que seja reconhecido civilmente, nunca poderá alcançar”.

"Você não pode chamar de casamento uma relação sócio-assistencial, sexual ou meramente afetiva”, acrescentou.

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O diretor do Escritório de Comunicação Social da Arquidiocese de Jalapa destacou que "as pessoas homossexuais ou lésbicas têm todo o direito de proteger civilmente seu patrimônio e seu bem-estar, para isso o Estado já contempla diferentes formas jurídicas".

“O estado de Veracruz tem muitos problemas para resolver para se meter a legislar sobre um tema que não é uma demanda social notável, nem sequer prioridade em um pequeno setor da população. Isso mais parece uma obsessão de seus promotores para ficar bem com agendas alheias à sociedade mexicana”, disse.    

"Em nome da 'não discriminação' e da 'inclusão', estão disfarçando suas verdadeiras intenções. Este tema não pode se tornar uma caixa chinesa para distrair dos problemas não resolvidos no estado, nem como um troféu para amarrar uma candidatura no futuro”.

Ao finalizar sua mensagem dominical, Pe. Suazo Reyes incentivou que “no estado de Veracruz sejam feitas leis com perspectiva de família, proteja-se o casamento e a vida humana desde sua concepção até sua morte natural, de outra maneira triunfarão caprichos pessoais, a imposição e deterioração da sociedade e dos valores”.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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