O Arcebispo do Panamá, Dom José Domingo Ulloa, afirmou no dia 28 de janeiro que a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) realizada no ano passado deu muitos frutos, “muitos dos quais nunca poderemos contabilizar”.

O Prelado disse estas palavras durante e coletiva de imprensa na qual apresentou o relatório sobre a gestão pastoral e econômica da JMJ 2019, que levou ao Panamá peregrinos de 140 países e que contou com a presença do Papa Francisco.

A grande celebração que aconteceu de 22 a 27 de janeiro de 2019 foi para os panamenhos “um projeto de país que rendeu muitos frutos”, expressou Dom José Ulloa, acrescentando em referência à experiência vivida que muitos desses frutos “nunca poderemos contabilizar”.

Em sua conta de Twitter, a Arquidiocese do Panamá informou que em 22 de janeiro de 2019, cerca de 150 mil pessoas participaram da Missa de abertura da JMJ celebrada no Campo de Santa Maria e outras “250 mil participaram da cerimônia de boas-vindas ao Papa Francisco”, realizada dois dias depois.

Além disso, houve 20 mil voluntários, mais de 500 peregrinos com deficiência, 24 cardeais, 341 bispos e secretários, 3.924 sacerdotes e 3.916 jornalistas, todos provenientes de 140 países com mais de 25 idiomas.

Durante a coletiva, o secretário executivo da Fundação JMJ, Víctor Chang, explicou alguns pontos da gestão econômica, baseados no relatório de auditoria gratuito que KPMG realizou sobre a JMJ, durante sua organização e nos dias do evento. Indicou-se que a empresa validou a informação financeira da fundação dos anos 2017, 2018 e 2019.

Segundo o relatório de auditoria de 2019, a Fundação da JMJ recebeu aportes de 21,3 milhões de dólares, dos quais 15,5 milhões foram das inscrições dos peregrinos; 3,2 milhões de dólares de doações; 1,4 milhão de “outros ingressos”; 990 mil dólares de patrocínios; e 92mil dólares foram do “Fundo de Solidariedade”, informou a agência TVN Noticias.

Concluiu-se que foram gastos 20,7 milhões, dos quais 66% (13,7 milhões) foram designados dos fundos totais para gastos operacionais; 6,7milhões para gastos gerais e administrativos; e 990 mil dólares para gastos variados.

O excedente de 300 mil dólares será passado à Cúria Metropolitana para que execute uma obra de misericórdia depois que a Fundação JMJ foi liquidada.

 

Em relação aos aportes do Estado, explicou-se que não se outorgaram fundos em efetivo, mas que as doações e aportes foram em espécies.

Sobre o aspecto pastoral, o Arcebispo do Panamá convidou a redescobrir as palavras do Papa Francisco, que disse que “tinha conhecido a América, mas não o Panamá”, e “que admirou como os pais de família panamenhos mostram seus filhos com orgulho, como o maior presente que lhe poderiam dar”.

“O Papa Francisco nos redescobriu o que somos por natureza, ‘um povo nobre’”, expressou o Arcebispo, referindo-se ao “ambiente de alegria, de solidariedade e de fraternidade” que o país manifestou durante a JMJ. Também destacou com admiração toda a acolhida do povo panamenho, que recebeu os peregrinos “com a naturalidade de um ente querido e que chega para visitá-lo”.

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O Arcebispo também agradeceu pela cobertura dos meios de comunicação por quase três anos, que permitiu demonstrar que “no Panamá há pessoas de esperança, capazes de dar o pouco que têm e compartilhar com alegria”. “Fomos notícia internacional, mas uma boa notícia”, expressou com alegria Dom Ulloa.

 

“Se contabilizarmos a contribuição dos meios de comunicação, dos privados de liberdade, dos lares de acolhida e dos ‘milhares e milhares de voluntários’, as cifras seriam astronômicas”, disse Dom Ulloa.

Do mesmo modo, agradeceu aos voluntários por sua entrega desinteressada e seu “amor ao país e à Igreja”. Também aos empresários, patrocinadores e doadores por “confiar neste projeto de juventude”.

Finalmente, agradeceu aos sacerdotes e membros da vida consagrada, porque “deram vida a todo o planejamento da JMJ”, às autoridades governamentais e aos panamenhos, em especial aos “heróis e heroínas anônimos”, para os quais “o Senhor tem uma recompensa especial”.

Dom Ulloa disse que este “projeto em favor da juventude, sem temos, nem preconceitos” foi alcançado graças à “convivência fraterna entre as diversas comunidades de fé”.

Nesse sentido, o Arcebispo destacou o trabalho dos jovens na JMJ, que foram os “protagonistas na organização”. Assegurou que esta experiência permitiu que a Igreja no Panamá tenha “uma pastoral juvenil e movimentos juvenis mais fortalecidos”.

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“Conseguimos ser a jornada das periferias, existenciais e geográficas, porque estamos convencidos do que os jovens podem fazer com oportunidades”, acrescentou.

Por fim, mencionou que a Conferência Episcopal Panamenha declarou o Triênio Juvenil Vocacional, que acompanhará a juventude em seu fortalecimento para alcançar as “grandes transformações que requerem a Igreja e seu país”.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Natalia Zimbrão.

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