Vaticano, 4 de fev de 2020 às 09:35
Em sua homilia da Missa celebrada na Casa Santa Marta nesta terça-feira, 4 de fevereiro, o Papa Francisco convidou a sentir a paternidade de Deus nos momentos difíceis da vida e explicou que Ele "jamais renega a sua paternidade".
Nesse sentido, o Santo Padre lembrou quando Jesus chorou em Jerusalém “porque nós não deixamos que Ele nos ame” e encorajou que, “no momento da tentação, no momento do pecado, no momento que nós nos afastamos de Deus, busquemos ouvir esta voz: Meu filho, minha filha, por quê?”.
“Irá nos fazer bem nos momentos ruins da nossa vida – todos nós temos – momentos de pecado, momentos de afastamento de Deus, sentir esta voz no coração: ‘Meu filho, minha filha, o que você está fazendo? Não se mate, por favor. Eu morri por você’”, afirmou o Papa.
Ao refletir sobre a Primeira Leitura da Liturgia do dia, do Segundo Livro do profeta Samuel, que narra quando o rei Davi chora por seu filho Absalão, o Pontífice questionou por que Davi chorou pela perda de seu filho se “ele estava contra ele, o havia renegado, renegado a sua paternidade, insultado, perseguido, mas festeje, festeje porque você venceu!”, mas acrescentou que Davi apenas diz: “Meu filho, meu filho, meu filho” e chorava.
“Este pranto de Davi é um fato histórico, mas é também uma profecia. Mostra-nos o coração de Deus, o que faz o Senhor conosco quando nos afastamos Dele, o que faz o Senhor quando nós destruímos a nós mesmos com o pecado, desorientados, perdidos. O Senhor é pai e jamais renega esta paternidade: ‘Meu filho, meu filho’”, indicou.
Nesse sentido, o Papa Francisco assinalou em sua homilia que nós encontramos aquele pranto de Deus quando vamos nos confessar, porque não é como “ir à lavanderia” para tirar uma mancha, mas “é ir até o pai que chora por mim, porque é pai”.
Finalmente, o Pontífice explicou que, assim como Davi gostaria de morrer no lugar de seu filho, em Deus "isso se faz realidade" por ter dado sua vida na cruz por nós.
“É tão grande o amor de pai que Deus sente por nós, que morreu no nosso lugar. Fez-se homem e morreu por nós. Quando olhamos para o crucifixo, devemos pensar nisto: ‘Por que não morri eu em teu lugar?’. E sentimos a voz do pai que no filho nos diz: ‘meu filho, meu filho’. Deus não renega os filhos, Deus não negocia a sua paternidade”, concluiu.
Leitura comentada pelo Papa Francisco:
2Sm 18,9-10.14b.24-25a.30-19,3
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Naqueles dias, 10,9Absalão encontrou-se por acaso na presença dos homens de Davi. Ia montado numa mula e esta meteu-se sob a folhagem espessa de um grande carvalho. A cabeça de Absalão ficou presa nos galhos da árvore, de modo que ele ficou suspenso entre o céu e a terra, enquanto a mula em que ia montado passou adiante.
10Alguém viu isto e informou Joab, dizendo: “Vi Absalão suspenso num carvalho”. 14bJoab tomou então três dardos e cravou-os no peito de Absalão. 24Davi estava sentado entre duas portas da cidade. A sentinela que tinha subido ao terraço da porta, sobre a muralha, levantou os olhos e divisou um homem que vinha correndo, sozinho.
25aPôs-se a gritar e avisou o rei, que disse: “Se ele vem só, traz alguma boa nova”. 30O rei disse-lhe: “Passa e espera aqui”. Tendo ele passado e estando no seu lugar, 31apareceu o etíope e disse: “Trago-te, senhor meu rei, a boa nova: O Senhor te fez justiça contra todos os que se tinham revoltado contra ti”.
32O rei perguntou ao etíope: “Vai tudo bem para o jovem Absalão?” E o etíope disse: “Tenham a sorte deste jovem os inimigos do rei, meu senhor, e todos os que se levantam contra ti para te fazer mal!”
19,1Então o rei estremeceu, subiu para a sala que está acima da porta e caiu em pranto. Dizia entre soluços: “Meu filho Absalão! Meu filho, meu filho Absalão! Por que não morri eu em teu lugar? Absalão, meu filho, meu filho!”
2Anunciaram a Joab que o rei estava chorando e lamentando-se por causa do filho. 3Assim, a vitória converteu-se em luto, naquele dia, para todo o povo, porque o povo soubera que o rei estava acabrunhado de dor por causa de seu filho.
Publciado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adapatado por Nathália Queiroz.
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